A “Síndrome do Desfiladeiro Torácico” e suas implicações

Já sentiu aquele formigamento nas mãos enquanto pedala?

Por Guilherme Guida

Já sentiu aquele formigamento nas mãos enquanto pedala? Pois é muito comum nos ciclistas, após um período em cima da bike, sentir esse desconforto como formigamento e muitas vezes a mão “dormir” durante o pedal. É perigoso, pois tira os movimentos da mão podendo causar acidentes.

Muitas vezes essas sensações vem acompanhadas de dores cervicais, dores em queimação, devido ao posicionamento da cabeça e sobrecarga na coluna devido aos membros superiores.

Uma das possibilidades é devido ao posicionamento da coluna em flexão somado a extensão da cabeça, cervical ao olhar a frente, outra é referente ao apoio dos braços no guidão e uma postura sem ativação muscular das estruturas que estabilizam o ombro, o qual geram uma sobrecarga mecânica na cintura escapular e cervical, principalmente na transição cervical – torácica, gerando dores.

Toda essa tensão e repetidas vezes pode desencadear um problema/disfunção que chama síndrome do Desfiladeiro Torácico, que é o espaço que os vasos sanguíneos e sistema nervoso – os nervos do plexo braquial – atravessam quando saem do tronco em direção aos membros superiores.

O trajeto do plexo braquial, depois que sai da cervical, entra no Desfiladeiro Torácico:

Ponto 1: Passa entre o escaleno médio e anterior onde é acompanhado pela artéria subclávia.

Ponto 2: Passo sob a clavícula e coracóide, sobre a 1 costela.

Ponto 3: Passa por baixo do tendão do peitoral menor.

Onde nesses pontos podem haver tensões musculares que geram compressão, afetando o sistema nervoso, plexo braquial, devido ao apoio dos braços no guidão por períodos prolongados somado a fadiga muscular pode levar a toda tensão da região podendo gerar dores:
– Mão e cotovelo;
– Dores irradiadas pelo membro superior;
– Alteração de sensibilidade;
– Desequilíbrios de força.

Junto com o plexo braquial passa artéria subclávia que também pode ser comprimida e gerar alterações vasculares como:
– Sensação de membro pesado;
– Fadiga em atividades normais;
– Edema;
– Cianose;
– Alteração de temperatura.

Diagnostico é feito com a historia do paciente, principalmente a avaliação clinica, que com um conjunto de testes específicos consegue identificar o problema, em qual dos pontos existe a compressão ou onde está vindo o problema e assim realizar um tratamento eficaz.

Guilherme Guida é fisioterapeuta e triatleta. @gfguida e @cfsergipe

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