Água limpa para o Triathlon em Tóquio 2020

Uma das preocupações para a prova de triathlon dos próximos Jogos Olímpicos, em Tóquio 2020, é a qualidade da água na Odaiba Marine Park, local onde será realizada a etapa de natação do evento. Uma coleta feita em agosto teve resultados divulgados recentemente e mostrou que houve uma boa melhora nas condições da água, mostrando o efeito positivo do uso de telas subaquáticas. O estudo foi realizado de 7 a 18 de agosto para corresponder aos dias dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do ano que vem.

Com exceção de apenas um dos 12 dias de teste, concluiu-se que o uso de telas subaquáticas reduziu com sucesso os níveis de bactérias coliformes dentro dos limites estipulados pelas federações internacionais. Isso ocorreu, apesar do fato de que a área fora das telas, excedeu em muito os níveis ideais devido às fortes chuvas. Os níveis de enterococos, outra forma de bactéria, também estavam dentro dos limites acordados.

Sem as telas em uso, a etapa de natação do evento de paratriathlon foi cancelada em agosto, depois que os testes mostraram que os níveis de Escherichia coli atingiam mais que o dobro do padrão aceitável. Posteriormente, como as telas de camada única provaram ser eficazes, o Comitê Organizador de Tóquio 2020 informou que planeja instalar telas de camada tripla quando os Jogos acontecerem no próximo ano.

Outro problema potencial com as condições da água é o calor, embora a pesquisa tenha mostrado que a temperatura nunca subiu acima dos 31ºC. O ponto mais alto foi 30,8ºC, com temperaturas dentro das telas 0,8ºC mais altas do que fora das telas em média.

O comitê organizador está considerando postergar a hora de início da largada em uma hora, e permitir que as telas subaquáticas flutuem em um esforço para lidar com a temperatura potencialmente alta da água.

Os problemas com as condições da água em Tóquio vêm logo após a polêmica na Rio 2016, que foi muito divulgada. A Tri Sport inclusive esteve presente na conferência de imprensa do evento-teste no Rio, com a presença de Alistair Bronwnlee, e praticamente todas as perguntas eram somente sobre o assunto da água.

Um estudo da Associated Press mostrou que o nível viral da água era de 1,7 milhão de vezes o que seria considerado perigoso nos EUA ou na Europa e indicou que a água do Rio excedia o limite da Califórnia de 400 coliformes fecais por 100 mililitros em cinco vezes. Houve até relatos na mídia internacional de que um cadáver flutuante e um braço decepado foram encontrados na baía, apenas algumas semanas antes do início dos Jogos.

No entanto, após o evento de teste em 2015, os triatletas não foram incomodados pelas condições da água e, após o próprio evento olímpico, não houve nenhuma reação ou doença generalizada. Embora os problemas potenciais em Tóquio sejam preocupantes, eles empalidecem em comparação com o que era esperado no Rio.

Redação

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