AJUSTE FINO NO BIKE FIT

Tacos. Existem muito mais mitos do que realidade.

Os tacos de encaixe ligados às sapatilhas de ciclismo, que posteriormente encaixam ao pedal são um dos pontos de contato com a bicicleta, muito importantes devido a grande missão que é transferir a força exercida pelos membros inferiores para os pedais, consequentemente fazendo com que a bike se mova. Parece uma definição simples, mas no entanto é provavelmente o ajuste que pode trazer sucesso ou insucesso a pedalada.

O critério quase global em relação de onde os tacos devem ficam em relação ao pé do ciclista, é que deve-se colocar os tacos no centro, entre uma linha imaginária entre o 1º e o 5º metatarsos. Até esse ponto todos concordamos, porém, daqui em diante começam as diferenças, pois cada indivíduo, vai optar por equipamentos variados, e trazer consigo a sua posição anatômica de pisada, diferença de membros, mobilidade de tornozelo e tudo isso vai fazer grande diferença no momento de um ajuste apropriado aos tacos.

Existem inúmeras variações o que poderia tornar este nosso texto praticamente um livro, provavelmente com dois volumes. Engraçado, mas totalmente relevante à realidade do triatleta, pois os mesmos pés que pedalam, em questão de segundos vão descalçar a sapatilha, vestir um tênis e iniciar outra fase no triathlon.

Não posso deixar de citar uma experiência própria que aconteceu comigo em 2005 em uma das edições do Cabra da Peste em Fortaleza-CE, formato Meio Ironman, onde na semana da prova eu troquei os tacos “rapidinho”.

Não tinha a mínima ideia do que isso poderia representar naquela época. Após a troca não fiz nenhum pedal e fui direto para a prova, a partir da metade do pedal meu pé adormeceu um pouco e não dei tanta importância para o acontecido, pois a prova estava bem disputada e eu estava fazendo toda força possível e no resto me sentindo bem, o problema foi quando desmontei da bike não conseguia colocar o pé no chão, o taco provavelmente ficou localizado muito para trás e pegou a parte mole do pé, que além de adormecer me trouxe algo como uma contratura. Resultado da brincadeira: uma corrida “capenga” que demorou bastante, resultante de um detalhe simples porem que deveria ter sido executado com cuidado.

O que posso dizer de forma abrangente que pode ajudar os triatletas a tomar decisões simples que podem ajudar a terem um bom relacionamento com este ponto de contato da bike:

Comprem sapatilhas que fiquem confortáveis, porém no tamanho exato do pé; se você provou uma sapatilha e ficou bem justa não é essa, e se ficou “folgadinha” também não! Busque um tamanho bom, que não pressione os pés. Isso ajudará ao triatleta não perder potência durante a pedalada, mas também evitando machucaduras por consequência do pé ficar solto ou apertado durante o pedal. Interessante que isso acontece bem no dia da competição devido aos pés molhados, sem meias e provavelmente fazendo força o tempo todo.

Para distâncias maiores, recomendo que se use um taco com alguma folga, todos os fabricantes produzem tacos com diferentes níveis de folga. Isso ajuda para o conforto por possíveis movimentos de joelho ou tornozelo que o triatleta possa ter por sua individualidade anatômica, se perde um pouco de potência com relação ao sem folga, mas se ganha em conforto.

Coloque o taco, caso ele não fique muito confortável durante a pedalada e você precise de um microajuste, que pode ser desde um leve giro devido ao seu tipo de pisada, até colocação de algum calço se a diferença for bastante severa, para isso um profissional pode lhe ajudar com mais precisão e eficiência.

Enfim, invista neste ponto de contato, pois ele será usado para a corrida, e quanto mais conforto e eficiência, mais qualidade terá o seu triathlon, seja ele buscando resultado ou somente satisfação pessoal. Bons treinos.

Whisston Rodrigues é bike fitter Retül

Redação

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