Maria Cecília Carvalho, a Ciça, foi pelo segundo ano consecutivo a primeira atleta amadora a cruzar a linha de chegada no Ironman Brasil Florianópolis. Com o tempo final de 9:49:30 ela venceu a categoria 25/29 anos (foi a 10ª colocada geral entre as mulheres) e carimbou sua vaga para mais um Mundial no Havaí, em outubro. Conheça um pouco mais sobre esta jovem revelação do triathlon nacional.
Como foi o desenrolar da prova pra você?
Larguei bem, consegui fazer um bom ritmo na primeira perna da natação, mas na segunda acabei nadando na direção da boia errada; a visibilidade estava bem ruim e a boia tombou. Tive que corrigir e acredito que perdi alguns minutos aí. Saí da água em 4º lugar Amador e 2º na minha categoria (25/29 anos). Eu sabia que tinha que fazer a diferença no pedal, então fiz força do início ao fim. Ventou muito. Saí pra correr me sentindo bem e aos poucos o ritmo foi encaixando e fiz uma ótima corrida. Fique feliz com o resultado final.
Quando teve noção que já era a líder entre as amadoras? Em algum momento viu esta liderança ameaçada?
Como eu disse, saí em 4º lugar da água, mas muitas meninas vieram junto… então a saída da T1 foi um pouco embolada. Passei várias meninas no início e com 50km assumi a liderança. Eu imaginava isso mas só fui ter certeza no retorno dos 90km que escutei a Ana Lídia Borba narrando que eu era a primeira amadora. A partir daí segui forçando o pedal para abrir a maior vantagem possível e poder administrar na corrida. Desci da bike com cerca de 17min na frente mas só consegui visualizar a diferença após o retorno em Canasvieiras, quando comecei a cruzar com as meninas indo enquanto eu voltava. Apesar da boa vantagem me mantive focada e fiz o meu melhor até o final. Ninguém ganha um Ironman por antecipação.
Com relação à nutrição e hidratação, como dividiu e o que consumiu durante a prova?
Eu não costumo comer alimentos sólidos durante a prova, prefiro ficar só no gel, gomas e bebidas energéticas. Dessa vez tive um pouco de dificuldade em me alimentar no ciclismo, tive refluxo o percurso inteiro e decidi comer o mínimo necessário até chegar na T2, mas sempre mantendo a hidratação com sal e eletrólitos. Na corrida tomei sal e alguns goles de Coca-Cola e Gatorade em todos os postos, o que fez me sentir melhor e conseguir voltar a ingerir meus géis depois de um tempo. Também gosto de pegar laranja nos postos, o sabor mais cítrico vai bem depois de tanto doce.
O frio e a chuva te incomodaram?
Sim. Na segunda perna da natação comecei a sentir bastante frio e fiquei preocupada com o ciclismo, já que não havia deixado nenhuma roupa para trocar na T1. Felizmente o corpo esquentou no decorrer do pedal e não tive mais problemas. A chuva piorou a visibilidade na natação e tornou o pedal mais perigoso.
Como será seu treinamento e o que espera do Ironman Havaí?
Pretendo aproveitar o mês de julho que estou de férias da faculdade e fazer uma boa base para Kona. A minha expectativa é grande e estou muito motivada para voltar e buscar um bom resultado lá. Sei das dificuldades da prova mas vou me preparar para chegar na minha melhor forma e buscar um pódio na categoria.
Como divide sua semana entre estudos e treinos?
Faço faculdade de Nutrição e tenho aula a manhã toda. Eu sempre tento encaixar um treino bem cedo, antes da aula, natação com a equipe do meu clube no almoço e se faltar mais algum treino consigo fazer no final da tarde e sobra um tempinho para colocar em dia os trabalhos da faculdade. Gostaria de agradecer ao Marcelo Ortiz (meu treinador), amigos e equipe médica, que apesar de todas as lesões, nunca deixaram de acreditar em mim.
BIO
- Idade: 25 anos
- Peso: 53kg
- Altura: 1,70m
- Apoios: Care Club / All Distances / XTERRA Wetsuits Brasil / David Homsi / Join Sports / Bike Fit Retül