Seu papel é melhorar a imunidade, diminuir processos inflamatórios e exercer também ação antioxidante
Por Fernanda Garcia
A coenzima Q10 é uma molécula presente no nosso organismo que desempenha um papel fundamental no metabolismo energético, participando dos processos de produção de ATP e na proteção antioxidante das nossas células.
Também conhecida como ubiquinona, esta coenzima encontra-se presente em praticamente todas as células do nosso organismo, mas principalmente nas células que necessitam de um fornecimento superior de energia, como é o caso das células musculares, em especial do coração e músculo esquelético.
A coenzima Q10 é sintetizada no organismo, mas também pode ser obtida pela alimentação, através da carne vermelha, aves, peixes e em pequenas quantidades no espinafre, brócolis, nozes, amendoim. A ingestão diária destes alimentos fornecem entre 2 a 20 mg, o qual não eleva significativamente os níveis de CoQ10 no sangue e nos tecidos, por este motivo se faz necessária a utilização de suplemento.
A absorção da CoQ10 oriunda da alimentação ou suplementação acontece no intestino delgado e é influenciada pela presença de alimentos e bebidas, sendo melhor absorvida na presença de alimentos ricos em lipídeos. Depois de absorvida, a CoQ10 é transportada ao fígado onde é incorporada dentro de lipoproteínas e concentrada nos tecidos.
Seu papel no metabolismo é transportar elétrons, participar da produção de energia a partir do ATP, melhora a imunidade, diminui processos inflamatórios, exerce também ação antioxidante. A concentração de CoQ10 nos tecidos humanos atinge seu pico aos 20 anos, com o passar da idade, diminui a produção, ou seja, aumenta a necessidade de seu consumo.
Para a CoQ10 não há um valor de referência dietético ou recomendação diária estabelecida. A indicação é para ingerir uma dose 30 minutos antes da atividade física e antes de dormir. Ela está sendo usada por atletas e praticantes de atividade física e a eficiência da suplementação com esta substância tem mostrado efeitos benéficos em relação ao aumento da força muscular, da resistência física, diminuição da fadiga e redução dos risco de danos musculares, além de possuir potente ação antioxidante. No caso dos indivíduos, que fazem uso contínuo de estatinas, os efeitos benéficos são ainda mais expressivos.
A deficiência pode decorrer devido a uma baixa de ingestão e/ou produção inadequada causada pelo envelhecimento, esta deficiência resulta em fadiga e diminuição da potência muscular. Quanto ao papel antioxidante, os sintomas de níveis baixos de coenzima Q10 estão também associados ao aumento do estresse oxidativo, que resulta em um envelhecimento precoce, como também em patologias degenerativas.
Quanto à deficiência, o grupo de maior risco é o que consome medicamentos para baixar o colesterol, chamadas estatinas (sinvastatina e a pravastatina, entre outras) estas, bloqueiam a ação da enzima responsável pela produção de colesterol, mas que também é responsável pela produção da coenzima Q10. Isto significa que quando bloqueia a produção de colesterol mediante a ingestão de estatinas, está também passa a bloquear a produção de CoQ10. Esta situação torna-se ainda mais preocupante perante quem faz uso prolongado deste fármaco, em especial por pessoas com mais idade (que naturalmente já têm a sua produção diminuída). Nestes indivíduos pode ser necessária uma suplementação nutricional de 30 a 200 mg/ dia.
Fernanda Garcia é nutricionista e ex-triatleta profissional. @garciananda