Agora, durante a pandemia, esse tema ficou mais evidente, gerando novas informações

Por Gustavo Monnerat

O uso de máscaras durante o exercício, com certeza, é um tema muito controverso e temos bastante desinformação. Nos últimos anos vimos várias máscaras serem vendidas prometendo simular altitude e assim promover benefícios e ganhos de performance.

Agora, durante a pandemia, esse tema ficou mais evidente, gerando mais informações sobre o real impacto fisiológico do uso das máscaras durante a atividade física. Em um estudo recente, nomeado “Effects of surgical and FFP2/N95 face masks on cardiopulmonary exercise capacity – Clinical Research Cardiiology”, foi avaliado o efeito do uso tanto da máscara cirúrgica como a máscara N95. Quem já treinou usando essas máscaras, principalmente com a N95, sabe que realmente é desconfortável, mas será que os parâmetros fisiológicos mudam?

Como apresentado no gráfico abaixo, a função pulmonar fica alterada, de modo que conseguimos captar menos oxigênio! Isso se reflete em uma diminuição na potência gerada durante o exercício. Além disso, os voluntários relataram maior desconforto! Tanto a máscara cirúrgica como a N95 (aparentemente pior em quase todos os parâmetros). O que isso significa?

Se você treina de acordo com seu percentual de limiar de lactato, de VO2max, de percepção de esforço ou de potência, isso vai ficar alterado, precisando assim adaptar os valores! É perigoso? Se você é saudável não, só vai ser mais difícil. Se você possui problemas cardíacos ou pulmonares, de modo que já apresenta uma menor oxigenação sanguínea, pode ser que sim! Não significa que não possa treinar, mas sim que deve monitorar alguns parâmetros fisiológicos!

⁣Gustavo Monnerat é PhD em Fisiologia UFRJ/Bonn Universität. @gustavomonneratphd