Não se reabilita tendinopatias com repouso; o tendão necessita de armazenamento de energia para contribuir na carga mecânica
Por José Rubens Zambelli
A tendinopatia não melhora a longo prazo com repouso. Os sintomas de dor podem estabilizar a curto prazo, mas o retorno às atividades costuma ser doloroso, pois o descanso não modifica a estrutura tendínea e não realiza nada para aumentar a tolerância de carga no tendão.
O exercício é o tratamento com maior evidência científica para as Tendinopatias, carregue o tendão progressivamente com base na irritabilidade dos sintomas (o que chamamos de resposta à carga) e sob orientação do seu Fisioterapeuta.
A capacidade de um atleta determinará a qual carga, em termos de volume, intensidade e frequência ele será submetido. Quando a carga é aplicada de maneira correta beneficiará a capacidade, aumentando a força, resiliência mental, massa óssea e com estímulos de treinamentos apropriados beneficiará o desempenho dos atletas. Essas cargas devem ser progressivas a fim de produzir uma melhora contínua no tempo, pois o desequilíbrio entre carga e recuperação podem acarretar adaptações negativas, como a diminuição da capacidade do organismo de tolerar cargas.
A Tendinopatia do Tibial Posterior é descrita como uma condição comum silenciosa e incapacitante, difícil de detectar o estágio inicial e que causa um impacto na qualidade de vida dos atletas. Estudos apontam que a prevalência é de 3% em esportistas e essa condição clínica pode estar relacionada a fatores como:
– Redução da Amplitude de Movimento de de Dorsiflexão do Tornozelo;
– Fraqueza e baixa resistência na musculatura intrínseca dos pés;
– Pronação em Excesso;
– Falta de Controle Neuromuscular do tornozelo;
Entende-se que as lesões esportivas têm etiologias complexas e multifatoriais, que não ocorrem em uma combinação linear de fatores preditivos isolados, mas a partir de interações da uma rede determinante. Por este motivo, é necessário compreender a interação entre capacidade e demanda. Quando a capacidade é superior à demanda do atleta ocorre uma adaptação, mas quando a capacidade é inferior a demanda acarreta em lesões.
Em conclusão, oriento alguns exercícios que podem contribuir como prevenção, mas atenção!Esta sequência de exercícios NÃO substitui o tratamento, se necessário procure um Fisioterapeuta.
Exercício para reforço em Tibial Posterior – cruzar a perna e movimentar o pé para cima e para baixo;
Exercício de Mobilidade para Tornozelo – manter o pé apoiado, flexionando e estendendo o joelho;
Exercício para controle Neuromuscular do tornozelo – controlar para o arco plantar não cair;
Auto liberação em TIbial Posterior – manter a pressão com a bolinha durante 1 minuto;
Exercício para Intrínsecos dos pés – manter a resistência contra a faixa elástica e o chão por 10 segundos para cada repetição;
Exercício para Intrínsecos dos pés – manter a pressão dos dedos contra o chão durante 30 minutos;
José Rubens Zambelli é Fisioterapeuta no Instituto Biomech. @zerubenszambelli.fisio
zambellirubens83@gmail.com