“ Se meus joelhos não doessem mais …”
Diante de um bom motivo
Que me traga fé, que me traga fé
Se por alguns segundos eu observar
E só observar ……
O Rappa 2013 Warner Music Brasil
Qual corredor e ciclista que nunca passou por isso?
Dor no(s) joelho(s) que limita ou mesmo impeça de se exercitar é a queixa mais comum no meu consultório e passa a ser fundamental para o Médico que atua na área esportiva entender as repercussões do esforço sobre todo o sistema musculoesquelético.
Primeiro passo é descartar mecanismo de trauma agudo tipo entorses que caracterizam outro tipo de lesão que diretamente não tem haver com os mecanismos biomecânicos e fisiopatológicos das lesões decorrentes do ato de correr e pedalar.
Ao exercitar haverá uma sobrecarga nos ossos, músculos e tendões (OMT) em relação ao joelho devido ao movimento de flexo-extensão(esticar e dobrar) , com isso as dores na maiorias das vezes decorrem desse principio na qual podem ser de forma aguda(imediata) ou crônica(arrastada).
As dores agudas se associam a uma intensidade de treino mais forte, na qual a capacidade do o trio OMT em suportar a carga não é possível, surgindo dores decorrentes em tendão patelar, bursas do joelho e lesões (rupturas) musculares, com quadro clínico de dor na frente e logo abaixo do joelho, doendo para subir e descer escadas, ficar sentado entre outros.
Nas dores crônicas o mecanismo de surgimento decorre pelo acumulo repetitivo de treino (flexo-extensão) na qual o trio OMT não é capaz de suportar, isto é, a compensação e adequação ao esforço é falho.Nesse caso a dor clássica é na lateral do joelho , a banda iliotibial, outras que podem aparecer são lesões condrais (cartilagens), e até fratura de estresses(no fêmur , tíbia, fíbula e patela).
O tratamento pode variar de acordo com cada diagnóstico e experiência de cada médico; na minha experiência acredito e direciono o tratamento no componente muscular da dor, isto é, tudo que ocorre nos músculos vão refletir nos tendões , bursas e mesmo cartilagens.
Com isso o músculo é visto como órgão metabólico(produtor de energia e contração) sendo necessário avaliar, diagnosticar e tratar possíveis disfunções que dificultam seu trabalho (anemias, deficiências de energia, vitaminas, hormônios entre outros), para o componente muscular da dor, intervenções com agulhamento seco na dor miofascial são de alta resposta e melhora.
Em casos de evidencias de inflamação aguda, como peritendinopatias, sinovites e bursites medidas antiinflamatórias são fundamentais sem jamais esquecer o componente muscular.
No caso das lesões condrais e ósseas o tratamento é mais demorado e cheio de controvérsias, sendo cada caso avaliado individualmente.
Logo a música pode até não sair da sua cabeça, mas a dor do seu joelho merece e precisa de tratamento!
Dr. Fabrício Buzatto CRM ES 9164
Médico Fisiatra e Medicina Esportiva pela Escola Paulista de Medicina.