Charles Costa foi o primeiro amador brasileiro a cruzar a linha de chegada no Ironman Havaí, com o tempo de 9:22:31, e parciais de 1:05:57 na natação, 4:54:21 no ciclismo e 3:16:20 na maratona, ficando na 11ª colocação na disputada categoria 30/34 anos. Confira as palavras deste fisioterapeuta que concilia seu trabalho com o treinamento para as longas distâncias:
Qual seu sentimento após o Ironman Havaí?
Sábado passado fui o melhor amador brasileiro, só perdi para o profissional Guilherme Manochio. Não estou super feliz, pois não consegui colocar em prática tudo que treinei. Realmente me dediquei muito para esta prova e meu grande objetivo era um pódio em Kona. Ficamos 10 dias antes para se adaptar e tentar diminuir a ansiedade.
Como foi o desenrolar da prova?
Durante a largada, muita gente nadando junta, isso dificultou minha natação que já não é boa. Saí para pedalar 5′ além do planejado, então plano B era fazer muita força na bike até ficar entre os 30 primeiros amadores. A bike foi muito rápida pois estava com pouco vento. Cheguei no km 140 consegui estar entre os 25 primeiros e com quase 39 k/h de média. Estava indo tudo muito bem, mas no km 150 veio um atleta de trás e tomei a burra decisão de querer ir com ele, estava mantendo a distância legal mas numa subida ele diminuiu muito e acabei ficando muito perto, bem no momento em que passava um fiscal e me penalizou (foi pura distração). Tive que pagar a penalização pouco antes de terminar os 180km. Perdi 5′ preciosos que me tiraram do pódio. Isso me deixou bem desanimado, mas saí para correr no ritmo programado, em 7º lugar na categoria e se conseguisse manter daria para ficar entre os três, mas devido ao calor absurdo (olha que sou acostumado com o calor de Santos), começou a cair muito o ritmo e perdi posições, nesta hora só queria mesmo era terminar a prova. Mas vi que muitos estavam na mesmo situação e no km35 já estava como primeiro brasileiro amador.
Pensa que poderia ter tido um dia melhor?
Realmente tinha condições de ir muito melhor. Faltou experiência antes da prova para tentar descansar mais, abusar do protetor solar e faltou um pouco de concentração no meio da prova! A dor é a mesma, mas a gente precisa de muita concentração para escondê-la e em muitos momentos deixei ela sobressair… Não é nenhum bicho-papão se você está bem preparado.
O que visualiza para seu futuro no esporte?
Agora é a hora tirar as coisas positivas, aproveitar esta ilha maravilhosa com minha esposa, Sylvia! Casamos aqui no ritual havaiano. E planejar voltar daqui a alguns anos, quando minha natação estiver boa! Não posso deixar de agradecer ao Rafael Palito, meu treinador, que esse sonho do pódio aqui é nosso desde 2008. A Sylvia minha eterna companheira. A equipe CPH, a FME de balneário Camboriú e a compresportbr.