Entrevista: Diogo Sclebin, mais motivado do que nunca para competir onde tudo começou!

Como tem sido seu trabalho atualmente de natação/ciclismo/corrida?
Eu tenho um volume médio semanal de 20km de natação, 270/300km de bike e 65/70km de corrida, divididos em seis sessões de natação, 4/5 de ciclismo e 4/5 de corrida. Eu geralmente saio no final da manhã para as atividades, exceto 3ª e 5ª, quando pedalo com um grupo de ciclistas aqui de BH. Como tenho a facilidade de sair para treinar na porta de casa, isso me ajuda muito; a natação por exemplo eu faço no meu prédio mesmo, que possui duas piscinas de 25 metros (uma super quente e outra super gelada! Atualmente só tenho nadado na quente…); e para o ciclismo, eu já saio de casa pedalando, não pegando sinais de trânsito e indo direto para estrada.

Há quantos anos treina com o Lauter Nogueira?
O Lauter está comigo desde 2009 e me prescreve os treinos de ciclismo e corrida atualmente; os de natação são programados pelo Felipe Martins, que também é nadador do Minas Tênis Clube.

Você treina sozinho em Belo Horizonte ou tem atletas que estão sempre contigo?
Eu treino muito sozinho. Mais da metade dos treinos realmente não esto acompanhado. Na corrida, às vezes, até saio com dois alunos meus que treino mas, depois, acabo sozinho. No ciclismo que duas vezes por semana pedalo com o grupo que citei. A natação, que é no final da tarde, às vezes consigo fazer com o Adriano Sacchetto e o Thiago Vinhal, além das criancinhas do condomínio que ficam na piscina e eu tenho que desviar…

E sua programação nutricional, como é quem te orienta?
Não tenho uma orientação nutricional envolvida neste momento. Inclusive, tenho buscado empresas para fazer parceria nutricional, pois acho muito caro e quase não suplemento. Pena que devo conseguir muito perto dos Jogos, se fosse antes, poderia me auxiliar bem mais.

Seus filhos estão curtindo o pai como atleta olímpico? Como figurinha de álbum?
Os filhos estão curtindo bastante, principalmente o Lucca, que tem quatro anos – o Miguel tem dois e ainda está assimilando –, ele coleciona o álbum de figurinhas e tirou a minha na semana passada. Está levando o álbum todo dia para o colégio, tanto que o mesmo está todo rasgado… vou até começar a fazer outro, para deixar de recordação. Ele está muito entusiasmado, sabe da profissão do pai e gosta de esporte também, inclusive já pratica judô, natação e futebol.

Quando chega ao Rio de Janeiro?
Minha prova é dia 18, e chego só no dia 14 de agosto, mas como vou sair de BH, é só uma horinha de voo e estarei perto.

Vocês vão ficar no SESC, em Copacabana. O que achou da medida?
Eu gostei da medida de ficar no SESC, pois vamos estar perto do local da prova, a 1km apenas da largada. Já ficamos lá três dias em maio, para adaptação e conhecimento das instalações. Isso foi muito importante para não termos surpresas. Perde um pouco aquele clima da Vila Olímpica, mas já estamos acostumados, pois em Londres 2012 também não ficamos na Vila, pois o triathlon era afastado e dormíamos num hotel perto da largada. Isso é bom para a performance, pois dentro da Vila as coisas são mais demoradas, já que tudo tem que passar por detector de metais e, muitas vezes, só para sair para pedalar se gasta uns 20 minutos. Depois da competição poderemos visitar a Vila, a Casa Brasil e assistir o restante dos Jogos.

 

Como tem sido dormir numa câmara hipobárica?

Isto tem me incomodado um pouco, pois realmente não é fácil. É tipo uma barraca de camping onde durmo e simula a altitude, diminuindo o oxigênio dentro da tenda e aumentando minha produção de glóbulos vermelhos. Os estudos dizem que ela é muito boa, mas o negócio é terrível, pois você passa o dia ofegante e até perco eu peso. Até o tempo nos treinos piora um pouco, mas o benefício será à frente. Foi um investimento feito no início do ano pelo Team Bravo Coca-Cola, a equipe que faço parte.

O que visualiza para a prova?
A natação é a etapa que mais me preocupa, pois não nadei bem, ‘tomando na cabeça’ em várias provas este ano. Entretanto, meu treinador conversou comigo e me passou que a programação está sendo feita para agosto, e se não nadei bem em março, abril, é que ainda não chegou hora, e para o Rio estarei apto. Logo que sairmos da água já tem uma subida forte, então, se sair no primeiro grupo, mas no final dele, as chances de perder o pelotão são grandes, pois acredito que esta primeira volta será muito forte. A subida é íngreme e dá para ir junto, mas se estiver no final do grupo vai complica, então tenho realmente uma preocupação excessiva com a natação. Acredito que as outras voltas de ciclismo não serão tão decisivas quanto a primeira, mas vão minar as força para a corrida. Também penso que a prova será parecida com o evento-teste, onde um grupo com 12 atletas se destacou e não conseguiu mais ser pego. O circuito é um pouco travado, então vai ficar difícil para um grupo perseguidor grande tirar alguma vantagem estabelecida. Um minuto de vantagem numa prova deste nível é muito difícil de ser tirada na corrida.

Competir no Rio de Janeiro, onde tudo começou, sabendo que vai contar com a maior torcida que já teve, te deixa mais ansioso/nervoso ou consegue segurar bem isso?
O Rio de Janeiro, Copacabana, Posto 6, foi exatamente onde fiz meu primeiro triathlon, o Troféu Brasil em abril de 2000. Conheço bem o local. Nos últimos dez anos as principais provas que fiz foram fora do Brasil, então nunca participei de uma etapa de WTS ou World Cup com minha família toda assistindo. Isso vai me ajudar positivamente!

BIO
Idade: 34 anos
Cidade natal: Rio de Janeiro (RJ)
Cidade onde mora: Belo Horizonte (MG)
Peso: 80Kg
Altura: 1,90m
Patrocínios/apoios: Coca-Cola, Cultura Inglesa Idiomas, Força Aérea Brasileira, Asics, CBTri, Prefeitura de Itajaí-SC, Bike Wilier, Bolsa Atleta Federal, Solidariedade Olímpica e COB

Diogo Sclebin: Foto: Guilherme Dionízio / Tri Sport Magazine

Diogo Sclebin: Foto: Guilherme Dionízio / Tri Sport Magazine

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