Ele veio da natação e teve uma das carreiras mais longas dentro do triathlon profissional brasileiro, com 20 anos de muitos treinos e dedicação (22 contando o período como amador também). No próximo domingo, na última etapa do Troféu Brasil de Triathlon 2015, ele vai se despedir da vida de “PRO” do jeito que mais gosta, competindo. Com vocês, Fred Monteiro:
Como chegou ao triathlon e como foi a decisão de se tornar profissional? Quem te influenciou neste início?
Eu conheci o triathlon aqui em Santos (SP) em 1992, quando assisti um o Internacional de Santos. Na época eu era nadador da equipa da UNISANTA e nesse mesmo ano fiz um biathlon. Tinha muitos amigos ex-nadadores que à época já estavam fazendo (José Henrique Miyashiro, Emerson Gomes e Renato Ventura ). Minha estreia foi em 1993, no Troféu Brasil, na categoria 15/19 anos, onde competi também em 1994; já em 1995 eu ainda era Júnior, mas meu técnico Marcos Paulo Reis, que também era o técnico da Seleção Brasileira, me colocou para correr na categoria Elite para ter mais ritmo. Nesse mesmo ano competi nesta categoria e corri o Campeonatos Brasileiro, Sul-americano, Pan-americano e Mundial na Júnior.
Que resultados que obteve destacaria em sua carreira?
Como Júnior fui vice-campeão Brasileiro e Pan-americano. Como profissional já ganhei provas desde short até Meio Iron, mas têm competições que você lembra sempre, e eu tenho duas que não ganhei mas foram dias inesquecíveis para mim: Quando fui 9º lugar no Ironman Brasil em 2005, pois foi meu segundo Ironman e um sonho poder um ter sido top10. A outra prova foi o Half Ironman Lisboa em 2008, onde tinha um start list espetacular, com Marino Vanhoenacker, Andreas Boerche, Romaiun Giulian, Luc van Lierd, Jimy Jhonsen, entre outros, e eu terminei na segunda colocação, perdendo somente para o britânico Paul Amey, sendo que corri até o km15 com ele. Para mim essas duas provas foram inesquecíveis!
Quais eram seus ídolos no esporte?
Quando comecei a fazer triathlon eu gostava muito de ver competir o Spencer Smith, Brad Beven e o Oscar Galindez, mas tinha aqui no Brasil o Leandro Macedo e Alexandre Manzan, que faziam disputas espetaculares; e quando acontecia o TBT aqui em Santos, Marcus Ornellas e Armando Barcellos. Mas um cara que até hoje admiro demais e o Mark Allen!
Qual foi o melhor e o momento mais difícil que já passou como triatleta?
Com certeza o melhor momento são as vitórias, os bons resultados! O pior momento são as lesões, períodos onde você não consegue render o que pretende, e isso com certeza, em 22 anos de triathlon, não deixou de acontecer!
Quando começou a pensar na aposentadoria como PRO? O que leva desta jornada de 20 anos?
A decisão de parar se deu no mês de julho desse ano, por diversos fatores que vieram acontecendo. Em 2012 não conseguia andar bem e fiz uma série de exames, dando o diagnóstico de hipotireoidismo, onde comecei um tratamento e até hoje continuo. As coisas foram se regularizando, comecei a nadar bem novamente, mas vinha com algumas dores no nervo ciático, mas segui treinando, e minha performance ia bem. Em 2014, encaixei algumas provas boas, fui top5 no Internacinal de Santos, no GP extreme, 3º no Troféu Brasil e ganhei o Long Distance Caiobá, mas após a prova me senti muito mal, com muitas dores. Fui pra Santos bem dolorido e voltei a treinar empolgado com a vitória, mas depois minhas dores aumentaram e não consegui mais treinar direito. Nesse ano as dores só cresceram e, teimoso, não queria fazer exame, até que travei feio após sair da água no TBT etapa USP e fui fazer uma ressonância. O resultado mostrou três hérnias de disco, espondilolistese e consequente derramamento de duas vértebras na região sacral. Aumentei meu fortalecimento (minha esposa Roberta Guimarães é fisioterapeuta) e agora não sinto mais nada de dores, voltei ao normal, mas competir como profissional chega…
Como é seu trabalho em sua assessoria esportiva?
A minha assessoria atende mais qualidade de vida e corredores, ela é em Santos e sempre nos encontramos às quartas e sextas no canal 3, 19 horas, mas agora, parando, quero colocar mais ênfase em dar treinos, Me associei a um atleta aqui de Santos que também é triatleta, o Claudio Scorsine, e montaremos um programa de treinos onde no mês teremos treinos de corrida às segundas, quartas e sextas; treinos de transição de ciclismo e corrida aos sábados (15 em 15 dias) e treinos de natação no mar aos sábados (15 em 15 dias)
Pretende continuar competindo como amador?
Sim,quero competir como amador, o triathlon é minha vida. Não tenho nada em mente ainda, mas talvez seja um Ironman.