Entrevista: Luiza Cravo, campeã do Long Distance Pirassununga

Luiza Cravo ainda é muito jovem, com apenas 21 anos e, em 2015, está tendo sua melhor temporada. Além de ter crescido muito nas provas de distância olímpica, ela fez sua estreia em Meio Ironman e, “de quebra”, venceu o tradicional Long Distance Pirassununga, um dia após conquistar a prova na distância sprint do mesmo evento; sem esquecer que uma semana antes havia sido vice-campeão de uma Pan Cup, em Buenos Aires. Confira nosso bate-papo com Luiza Cravo:

Como foi a prova?

Larguei na prova sabendo que eu não poderia me “afobar” em momento nenhum, que se eu fizesse muita força desde o inicio eu simplesmente iria quebrar alguma hora, principalmente por dois motivos : Primeiro, eu nunca tinha feito uma prova de longa distância; segundo, era a terceira prova que eu estava fazendo entre um domingo e outro.

E assim foi.  Puxei a natação em um ritmo moderado e saí da água na frente junto com duas meninas, a Bruna Mahn e a Patrícia Mendes (que acabou tendo que abandonar a prova). Fiz a primeira das quatro voltas de pedal na frente, sem saber a quanto estava andando pois o meu Cataye ficou louco logo na hora da prova e eu sinceramente estava com um pouco de medo de fazer 90 kms somente na sensação de esforço, sem nem saber onde as outras meninas estavam,  então quando a Bruna me passou no início da segunda volta a minha única preocupação era que ela ficasse em uma distância suficiente para que eu a visse e administrasse o restante do ciclismo, o que me deixou segura quando vi que era um ritmo que eu conseguia suportar sem sair do meu plano inicial, mesmo ela sendo uma excelente atleta e ciclista.

Saí pra correr então me sentindo bem e coloquei um ritmo que eu achava que suportaria até o final, fui administrando e abrindo distância. Só senti de fato o cansaço acumulado e o calor da prova (estava cerca de 36ºC) no km 18 de corrida. A partir daí foi uma luta comigo mesma. Diminuí um bocado o ritmo e fui mentalizando o final que parecia nunca chegar. Foram os três km mais longos da minha vida! Não deu nem pra sorrir direito para as pessoas que estavam comemorando e torcendo perto da chegada. Mas deu tudo certo.

Qual foi o melhor e o pior momento durante o Long?

O melhor momento sem dúvidas, embora eu tenha me divertido bastante durante a prova, foi a linha de chegada. O pior momento foram os últimos, e intermináveis, três quilômetros de corrida.

 O que fez de treinos durante estes oito dias em que competiu em três provas?

Durante essa semana eu fiz três treinos de natação, um de ciclismo no rolo e dois de corrida, entre terça e quinta-feira. Todos os treinos leves, o que tinha para treinar eu já havia treinado. Na segunda, após a Pan Cup, eu passei viajando, voltando de Buenos Aires, e não treinei, e na sexta eu de fato descansei e fiz massagem antes de ir para Pirassununga.

Qual a emoção de vencer uma prova tão tradicional como o Long Pirassununga?

Nossa, foi legal demais!  Foi ainda melhor vencer representando a FAB dentro da AFA. Estou muito feliz.

Pretende fazer um Ironman algum dia?

Com certeza! Cada dia parece mais uma coisa “humanamente possível”! Mas eu tenho 21 anos e  acredito que as coisas são gradativas e ainda tenho muito para explorar em distâncias menores, antes de começar minha carreira como atleta de longa distância. Eu gostaria de agradecer à FAB pela oportunidade, à minha equipe UFF de triathlon, aos meus companheiros fantásticos de treinos Marcus Ornellas e Pedro Arieta (que foi só pra me dar apoio), ao meu personal Rafael Collim, ao Genésio Ferreira que cuida do meu bike fit e da minha bicicleta como ninguém (eu nem imaginava me sentir confortável na posição durante uma prova com 90 kms de pedal antes dele), à Valle BEM ESTAR e, claro, a Deus e a minha família que estão sempre comigo. 

pódio - arquivo pessoal

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