Miguel Hidalgo, de apenas 19 anos, venceu no dia 11 de agosto o Tradicional Triathlon do Exército, que celebrava sua 34ª edição. A conquista chamou a atenção por ter superado nomes experientes como Diogo Sclebin e Matheus Diniz. Ele é considerado um dos grandes nomes do triathlon brasileiro da nova geração. Veio da natação, tem o apoio da família e uma maturidade muito grande para alguém tão jovem. Conheçam Miguel Hidalgo, nascido no ano que o triathlon fez sua estreia olímpica, e com o foco voltado para as Olimpíadas de Paris, em 2024.
Como chegou ao triathlon?
Desde muito cedo sempre fui envolvido com esportes. Competi natação dos seis aos 15 anos. Meu pai já fazia triathlon, eu acompanhava e fazia algumas provas na categoria kids quando tinha e sempre gostei muito. Só um esporte não era muito minha praia! Em 2015 resolvi competir meu primeiro Campeonato Brasileiro de Triathlon, na categoria juvenil, treinando só a natação de forma mais séria, pois ainda tinha o compromisso de representar minha equipe na época. Sem treinar quase nada de ciclismo e corrida, acabei ganhando a prova. Foi aí que decidi me dedicar inteiramente ao triathlon. Aceitei o convite do Pinheiros e passei a integrar a equipe em 2016, meu primeiro ano de Junior.
Quais suas conquistas mais importantes?
Além de ganhar o Triathlon do Exército, sou bicampeão sul-americano Junior, fiquei em 2° na American Cup de Brasília, e 2º na Junior European Cup Holten, esse ano.
Como foi a sensação de vencer o Triathlon do Exército?
Com o mar muito mexido, não consegui desenvolver bem a natação, então acabou se formando um pequeno grupo com os favoritos, num ciclismo lento e com pouca emoção. Consegui fazer uma boa transição e me destaquei logo no início da corrida. Foi muito legal vencer essa prova, porque além de ser a mais tradicional do país, haviam atletas de renome competindo.
Você nasceu em 2000, mesmo ano da primeira participação do Triathlon nos Jogos Olímpicos. É seu objetivo para 2024?
Não lembrava dessa coincidência! Mas sim, é um grande objetivo que tenho na minha cabeça.
Como está seu planejamento para isso?
Continuar evoluindo sem limites. Aumentar os volumes, principalmente de corrida ao longo dos próximos anos para não estagnar minha evolução. E continuar meu treinamento com a psicóloga para ter uma mente cada vez mais forte. O resto acredito que será consequência de um trabalho com cada vez mais perfeição em todos os aspectos.
Qual sua rotina diária para treinamento?
Meus técnicos são o Marcelo Ortiz (head coach) e o Ricardo Cintra (natação). Eu nado cinco vezes por semana, realizo treino de força de duas a 3 três vezes, e a corrida e ciclismo são os treinos que mais variam de acordo com o período, mas normalmente os treinos mais longos bike/corrida são de final de semana, pois volto para casa no interior de São Paulo, e consigo fazer esses treinos muito melhor por lá. De segunda a sexta treino no Pinheiros.
Já escolheu o triathlon como profissão? Como é o apoio em casa?
Sim, é a profissão que escolhi, nem penso em outra coisa. Desde pequeno tenho isso comigo. Treinei natação por vários anos, mas nunca quis seguir essa carreira. Treinei tanto tempo com o objetivo de ter uma boa base para o triathlon. Em casa sempre tive todo apoio e suporte. Todo leva e traz em treinos e competições, nutrição e tudo mais. Meu trabalho é treinar, comer, descansar, competir. O resto meus pais fazem ao máximo para mim. Tenho essa sorte.
Pensa em passar temporadas no exterior para treinamento?
Sim, é sempre importante para todo atleta, não só treinar fora, mas competir em alto nível, principalmente na Europa, que é onde as coisas acontecem no triathlon olímpico. Já está nos meus planos e dos meus técnicos buscar um grupo forte no exterior para treinar, mas ainda não sabemos qual.
Que dicas pode dar para alguém ainda mais jovem que você que quer ingressar no triathlon?
Primeiro de tudo, ninguém chega muito longe em nada, se não gostar realmente do que faz. Então você precisa amar muito treinar e competir triathlon. Quanto a questões técnicas, aconselharia um foco especial na natação quando mais novo, além de desenvolver habilidades na bike e fundamentos como transições com perfeição. Coisas que não exigem uma alta carga de treinamento.