Vice-campeão de 2019, o paulista que tem o ciclismo como maior qualidade vem com tudo para a edição de 2020 do UB515
Como descobriu o triathlon?
Minha vida no esporte começou com aulas de natação quando criança, parei por um bom tempo e voltei com 14 anos só pra fazer aulas de natação mesmo. Com 15 anos meu professor de natação me convidou para participar de uma prova de corrida de rua de 7km, e foi paixão à primeira vista… Foi a partir daí que minha vida esportiva começou de verdade, assim, eu participava de todas as provas de corrida que eu podia, mas sem treinar direito. Entre 16-17 anos eu comecei a ver umas matérias em revista sobre as provas de Ironman e aí comecei a me interessar pelo assunto. Com 17 anos na academia que eu treinava começou a ter aulas de spinning, e foi só aí que eu comecei a pedalar e a pensar em fazer triathlon. Fiz duas provas de biathlon em Santos e também me apaixonei; logo em seguida comprei minha primeira bike, e no dia 1 de Maio de 2005, com 18 anos, eu participei da minha primeira prova de Triathlon. Foi um short triathlon do Troféu Brasil na USP. A partir daí, graças a Deus, nunca mais parei.
Que lembranças têm desta primeira prova na USP?
Foi uma das provas mais difíceis que eu já fiz, porque nesse dia estava muito frio e uma leve garoa, e eu não tinha roupa de borracha ainda. Quando eu entrei na água ela estava um gelo. Deu a largada e eu achei que eu não fosse chegar na primeira boia de tanto frio que eu estava… saí da água por milagre e fui pedalar morrendo de frio, só de bermuda e regata toda molhada da natação, e aí aquele vento gelado, garoa fina… não melhorou nada minha situação e foi bem difícil terminar o pedal. Saí para correr com os pés dormentes de frio e quando respirava doía pulmão, garganta e tudo mais… mas fui até o final terminando a prova na raça! Apesar de tudo isso, após prova eu só pensava em fazer minha próxima, porém, eu tinha que comprar urgentemente uma roupa de borracha!
Você já fez 13 provas da distância Ironman e duas do UB515, o Ultraman do Brasil. Quais as que guarda as melhores lembranças e por quê?
Das 13 na distância Ironman, dez foram do marca Ironman e outras três de triathlon extremo. Todas as provas que eu já fiz foram especiais e eu guardo grandes lembranças e aprendizados em cada uma delas, porém a mais especial foi o Mundial de Ironman no Hawaii, em 2017, porque foi um sonho realizado após seis anos incessantes tentado conquistar a tão disputada vaga para o Mundial.
O que te motivou a se inscrever pela terceira vez para o UB515?
Primeiramente porque meu foco principal hoje são as provas de Ultraman e triathlon extremo, e o UB515 é a prova que eu mais amo de fazer atualmente, pra mim, tudo o que eu procuro em uma prova de triathlon eu encontro no UB515, principalmente em relação à beleza e dificuldade do percurso, excelente organização e ambiente entre os atletas. Também seria hipocrisia eu não falar sobre isso, porque eu não descanso enquanto eu não for campeão dessa prova, posso falhar mais mil vezes, mas eu sempre vou tentar mais uma vez até eu conseguir!
O que espera da prova em 2020?
Meu objetivo é fazer meu melhor na minha preparação para chegar ainda mais preparado fisicamente e mentalmente para a prova desse ano! E meu foco principal na prova será sempre dar meu 100% do começo ao fim para melhorar minha performance nas três modalidades e buscar mais uma vez a tão sonhada vitória na prova!
Que volume semanal médio de km que faz das três modalidades e quantas vezes treina as mesmas, para uma prova de Ultraman?
Para o Ultraman meu volume na semana varia bastante, fica em torno de 10-20km de natação, ciclismo entre 250-450km e corrida entre 50-100km. Natação eu faço de 3 a 6 treinos na semana, ciclismo de 3 a 8 treinos e corrida de 3 a 8 treinos na semana. Além disso, ainda tem os treinos complementares de Funcional, Pilates e Musculação.
Como é sua logística e divisão com o trabalho?
Atualmente eu treino de um a três períodos durante a semana, entre os meus horários de trabalho, que hoje são das 7h às 10h e depois das 16h às 21h durante a semana, então meus horários de treinos disponíveis são das 5h20 às 6h30, das 11h às 15h e das 22h até às 23h. O que facilita demais a minha vida é que o ciclismo eu só treino indoor e natação e corrida eu treino em locais bem perto de casa/trabalho, então eu perco muito pouco tempo com deslocamentos. Agora, aos finais de semana, eu tenho o dia quase que livre para treinar, mesmo quando eu dou treino presencial e/ou monto as planilhas de treinamento para os meus alunos da minha assessoria esportiva.
Você é muito forte no ciclismo. Chegou a pensar em competir também como ciclista?
No ciclismo eu só participei de algumas provas de MTB para brincar, fora isso, a única prova que eu realmente gostaria de treinar e competir de verdade seriam as provas de contrarrelógio individual e futuramente as provas de ultradistância solo, estilo a RAAM, mas infelizmente, é raríssimo ter provas de contrarrelógio no Brasil. Acredito que só tenha as provas da Federação de Ciclismo, porém, eu nunca fui atrás porque eu sempre ouvi falar que eram bem ruins de infraestrutura. Agora as provas de ciclismo de estrada para pedalar em pelotão e/ou para alguma equipe eu nunca tive interesse.
Qual seu objetivo maior dentro do triathlon, em termos de competição?
Eu sempre sonhei alto no esporte, tanto na busca por superar novos desafios quanto na busca por performance e resultados nas provas, então, eu tenho como objetivo fazer até um Deca Ironman e provas cada vez mais difíceis de triathlon, e pensando em performance, eu também tenho como objetivo ser um dia campeão mundial.
BIO
Nome: Erick Parreira Duarte
Idade: 32 anos
Cidade onde nasceu: São Paulo
Cidade onde vive: São Paulo
Tempo de triathlon: Quase 15 anos
Altura: 1,80 m
Peso: 75kg
Roupa de borracha: XTerra
Óculos de natação: Hammerhead
Bike: Quintana Roo PR5
Capacete: Casco
Sapatilha: Pearl Izumi
Tênis de corrida treino: Asics
Tênis de corrida competição: Asics Noosa FF
Óculos de sol: Oakley
Equipe: Erick Duarte Multisport Team
Patrocínio/Apoio: Tannus Brasil, Join Sports , CYC Cyclist