As dúvidas e respostas para seu melhor teste FTP
Sempre que ouvimos falar sobre FTP, de como testar e qual a importância, notamos que muitas pessoas desconhecem certos pontos que não podem ser deixados de lado.
O treinamento com medidor de potência já existe há algum tempo e, até hoje, muita gente possui dúvidas de como trabalhar e de como obter o melhor aproveitamento possível através dessa ferramenta.
Neste artigo, tentei resumir alguns pontos que geram muitas dúvidas, sobretudo por parte dos atletas.
Abaixo, listamos alguns desses aspectos importantes:
REALIZAÇÃO DO TESTE
Tente sempre fazer o teste nas mesmas condições . Se for indoor, crie sempre a mesma condição de ventilação, local e replique sempre a mesma situação em todos os testes . Se for outdoor, atenção ao local escolhido. Evite trechos com trânsito, variações de terrenos e muitas curvas. Repetir o local e registrar as condições em que foram realizadas o teste é sempre importante.
AJUSTE NA BIKE , TROCA DE EQUIPAMENTO E DIFERENTES BIKES
A cada ajuste realizado na bicicleta (um bike fit novo, mudança de equipamento, troca de medidor, ajuste de selim, troca de rodas…) o teste deve ser repetido.
Inclusive, se o atleta tiver mais de uma bicicleta, utilizar rolo inteligente ou medidor de potência no treinamento outdoor. Neste caso, ele deve ser testado e ter seu FTP para cada situação.
FTP x VO2max
Embora o VO2 máximo determine sua capacidade aeróbica geral, a capacidade real do sistema aeróbico de impulsionar o trabalho sustentável é refletida mais diretamente pelo seu FTP —Functional Threshold Power — a potência máxima que você pode produzir continuamente em uma bicicleta por uma hora.
O FTP se correlaciona intimamente com o limiar de lactato, o ponto de inflexão fisiológico em que seu corpo mal consegue equilibrar a produção e a eliminação de subprodutos dentro dos músculos. Ao contrário do VO2 max, é influenciado por mais do que apenas o consumo de oxigênio. Fatores como resistência muscular e capacidade anaeróbica também desempenham um papel na determinação do FTP, entre muitos outros.
PROTOCOLO UTILIZADO
Existem diversos tipos de protocolos. É um assunto que demandaria tempo falarmos aqui neste artigo, explicando os prós e contras de cada um.
O mais utilizado, é o teste de 20 minutos.
Neste teste desenvolvido por Hunter Allen e Andrew Coggan, que adiciona um esforço total de 5 minutos (all-out effort) antes do esforço de 20 minutos, é teorizado para reduzir parte dessa contribuição anaeróbia ou FRC (capacidade funcional reserva), que teria uma contribuição muito intensa e levaria ao insucesso da realização do teste, quando o atleta decide pular etapas deste processo inicial e partir logo pros 20 minutos.
A potência de partida do atleta seria muito alta e, em poucos minutos, o mesmo não teria condições de sustentá-la, o que prejudicaria o teste.
Portanto, pular etapas NÃO É correto.
Obs.: não esquecer de retirar os 5% do valor da potência média encontrada no teste
TESTE DE 20 MINUTOS
Não exagere nos primeiros 5 minutos de teste. Encontrar o equilíbrio certo será o maior desafio, de rodar por um bom tempo na dúvida se consegue manter a potência ou não. Próximo aos 20 minutos, não economize. Force e vá com tudo até concluir o teste. É importante que os minutos finais sejam muito intensos.
QUANDO TESTAR NOVAMENTE?
O teste pode ser repetido a cada 4-6 semanas ou pode-se utilizar alguns treinos intervalados em limiar (série controle) para verificar se o atleta precisa ser testado ou não.
Vale lembrar que acompanhar o IF realizado da atividade (se a intensidade média do treino realizado estiver constantemente maior que a proposta) pode indicar que o atleta está com FTP defasado ou se o atual teste FTP válido não foi bem executado.
Entendendo estes pontos mencionados acima, certamente você terá uma melhor compreensão sobre o seu equipamento e de como é importante dar o feedback dos treinos ao seu treinador.
Afinal, de nada vale um investimento caro se você não aproveita tudo o que ele oferece de informação, que poderá ser útil na análise dos seus treinos e ajustes na sua preparação.
Prof. Esp. Junior Cordella
Ironman Certified Coach
Trisutto Certified Coach
ITU LEavel 1
CBTRI level 2 Coach