Entenda o mecanismo de uma das lesões mais comuns no triathlon e aprenda exercícios para evitá-la
Por José Rubens Zambelli
A Fasceíte Plantar é uma condição clínica que está presente, ou em algum período já esteve presente na vida dos Triatletas. Os estudos relatam que essa alteração pode afetar 10% dos adultos durante a vida e representa 25% de todos os distúrbios do pé em atletas.
Essa disfunção é caracterizada por um processo inflamatório, que pode progredir para uma degeneração da fáscia plantar e conforme o gráfico a seguir, está entre as 10 lesões que mais acometem os corredores, sendo a quarta mais ocasionada.
A Fasceíte Plantar apresenta um início insidioso e tem aspectos clínicos de dor localizada na região do calcanhar e na sola do pé. Os principais achados clínicos que anunciam os sintomas dessa alteração é a primeira pisada do pé na manhã, caminhar ou correr durante um tempo longo pode ocasionar dor e estar muito tempo sentado e ao levantar percebe o desconforto. Os sintomas dessa alteração têm um aspecto de dores em queimação, dor aguda e em alguns relatos dor em “facada ou agulhada”.
Os fatores de risco estão associados a hiperpronação do pé (pé chato), a redução da amplitude de movimento do tornozelo, ao volume de corrida, a indivíduos obesos, pessoas que ficam muito tempo em pé e pela redução da força dos músculos intrínsecos dos pés, dos flexores plantares e dos flexores e abdutores dos dedos.
Essa condição clínica promove incapacidade esportiva e apresenta um grande impacto negativo na qualidade de vida e na prática esportiva dos atletas. O tratamento efetivo a longo prazo é baseado em exercícios de auto liberação do pé e da panturrilha, exercícios de mobilidade, alongamento e reforço para musculatura intrínseca do pé.
Outros estudos sugerem como tratamento a liberação miofascial, a bandagem elástica, o Taping (para controle anti-pronação) e órtese noturna. Importante ressaltar que os estudos relatam que o atraso no tratamento tende a dificultar a melhora nos sintomas. Contudo, com alguns cuidados, você consegue diminuir as chances de ter essa lesão, confira a seguir alguns exercícios que podem contribuir no tratamento e na prevenção. Primeiro vem a foto e abaixo a orientação.
Autoliberação para Fáscia Plantar, manter até 2 minutos e se sentir algum ponto com maior sensibilidade deixar uma pressão de 1 minuto (esse exercício pode ser feito em pé e também com uma garrafa de água congelada);
Alongamento da Fáscia Plantar, manter o movimento baixando e levantando o pé durante 2 minutos;
Exercício de Mobilidade para tornozelo, levar o joelho para frente e para trás, sem elevar o calcanhar;
Auto liberação para o Tríceps Sural (panturrilha), manter o movimento de até 2 minutos;
Alongamento para Tríceps Sural (panturrilha), manter 2 minutos o alongamento;
Exercício para reforço em Tríceps Sural;
Exercício para ativação da musculatura intrínseca do pé.
José Rubens Zambelli é Fisioterapeuta do Instituto Biomech. @zerubenszambelli – zambellirubens83@gmail.com