Condição comum, não mais frequente, de lesões no esporte em especial em corredores, tema ainda de muitas teorias em relação sua causa e principalmente ao tratamento. Particularmente umas das condições mais “chatas” e difíceis de tratamento, pois o componente inflamatório agudo é sempre menor que a dor e queixa do paciente, isto é, muita sensibilização da dor (mecanismo medular e cerebral) para pouca lesão na fáscia do pé.
Isso justifica certas controvérsias quanto a infiltrações de corticoides, principalmente pelos resultados serem de cerca de 30-60 dias, muitos insucessos de tratamentos locais e principalmente a demora do retorno esportivo, isso tudo justifica um componente de dor crônica.
Então o tratamento que priorizo é primeiramente avaliar e mensurar e acompanhar a existência do processo inflamatório, logo exame de boa acurácia, praticidade e repetir com facilidade, solicito Ultrassonografia, com isso se há presença de inflamação, medicamentos anti-inflamatórios via oral são prescritos.
Segundo passo e mais importante é o alívio da dor para iniciar o recondicionamento muscular, propiocepção articular e “quebrar” o mecanismo da dor crônica, isto é, mostrar ao cérebro que a fáscia não “está doente” , isto é, não há lesão ativa, focos inflamatórios persistentes. Essa segunda etapa feita com medicamentos analgésicos e técnicas de agulhamento seco em músculos que são sensibilizados e causam a dor referida á fascite plantar.
Concomitante e fundamental são alongamentos e fortalecimento das panturrilhas e toda musculatura intrínsecas do pé, gelo (massagem com uma garrafa congelada) da sola do pé após as caminhadas e trote leve, calor nos músculos das batata da perna e na maioria das vezes prescrição de palmilhas para alivio da pressão local e correção de pé muito plano, por exemplo.
Com alívio da dor e sem evidência franca da inflamação é feito retorno com caminhada e trote leve sem dor , associado a proposta de tratamento, fortalecimento e condicionamento cardiovascular (bike, piscina etc) são mantidos, agulhamentos secos semanais são propostos e qualquer evidência de piora da dor, nova ultrassonografia é solicitada para verificar se há inflamação “nova” ou ainda mecanismo de dor central, além do uso da termografia como auxiliar e seguimento.
Fabrício Buzatto – CRM ES 9164
Médico Fisiatra