Fuel: Melhore seu Vo2 com a nutrição!

Que tal melhorar seu VO2 com um suco de beterraba?

Isso não é um artigo sobre alimentos vegetariano – nada contra esses – mas sim sobre novas pesquisas sobre a “suplementação” com suco de beterraba.

No último congresso da ACSM (sigla em inglês para Colégio Americano de Medicina do Esporte), o trabalho sobre esse tema foi apresentado e chamou certa atenção. Não é nada tão novo assim, mas as pesquisas têm mostrado significância para a comunidade científica.

Essas apontam que dietas ricas em nitrato, componente encontrado em alta quantidade no suco de beterraba e que aumenta a biodisponibilidade de Óxido Nítrico (NO), conseguem reduzir o custo (gasto) de oxigênio em exercício submáximo e também uma melhora na tolerância em atividade intensa.  Também foi observado e demonstrado, que a redução no custo de oxigênio é consequência de uma diminuição no custo de ATP (a moeda energética do organismo) para produção energética.

As afirmativas acima são efeito positivo na via metabólica da produção do NO, já que o suco de beterraba é rico em nitrato inorgânico (NO3).

Tudo bem, mas qual o valor disso pra você atleta?

Acompanhe o raciocínio e vamos chegar a uma conclusão juntos.

Um dos estudos propôs a seguinte metodologia: 9 homens fisicamente ativos fizeram parte do estudo, todos saudáveis, ativos, com VO2 médio de 55 ml.kg-1.min-1. Os atletas fizeram 10 visitas ao laboratório em um período de 4 a 5 semanas.  Dentre os testes feitos durante o estudo foram colhidas informações sobre a pressão arterial, dióxido de nitrogênio (NO2) lactato, frequência cardíaca, dinâmica de oxigênio e tempo máximo de exercício até a fadiga.

O grupo foi dividido em uma metodologia de pesquisa conhecida como “duplo cego randomizado”. O grupo A tomou a suplementação rica em NO3– ,, o grupo B tomou um placebo e grupo C como controle.

Dentre os resultados do estudo podemos comentar os seguintes: em atividade submáxima o VO2 absoluto do grupo A foi significativamente melhor que o dos grupo B e C; em atividade severa além do VO2 absoluto o tempo de exaustão também teve diferença significativa; as avaliações de lactato e frequência cardíaca não tiveram alterações significativas; a concentração sanguínea de NO2, o qual é precursor na formação do NO, foi maior no grupo A comparado ao grupo B(3,4).

Sabe-se que a Equipe Olímpica estadunidense durante os Jogos Olímpicos de Londres utilizaram essa “poção mágica“, porém, como o suco tem um sabor forte o mesmo foi misturado com abacaxi, gengibre e suco de laranja (veja receita abaixo). E foi o maior sucesso entre os atletas da equipe.

Os estudos, porém, sugerem cautela, pois ainda não há certeza de que essa suplementação tenha nenhum efeito negativo ao organismo a longo prazo. Além disso a receita não é das mais fáceis para uso diários e sua dose diária ainda não está bem definida.

Os trabalho tem sugerido algo próximo a 500 ml por dia de suco, o que é um volume considerável para ingesta. Já a receita da Equipe Olímpica para os Jogos de Londres é bem diferente são 120 ml de suco de beterraba, 170 gr de abacaxi picado, 120ml de suco de laranja, 1 colher de chá de gengibre ralado e 2 xícaras de gelo moído.

E agora tomar ou não tomar?

Prefiro aguardar novas pesquisas com apontamentos mais precisos, mas a tentação é grande.

Bons treinos!

Paula Koppe Colleoni – Nutricionista (PUC-Pr) e Mestre em fisiologia do exercício (UFPR).

Rogério Scheibe Filho – Educador Físico e Biólogo (UP-Pr) e Especialista em fisiologia do exercício (UFPR). funsport.com.br e rogerio@funsport.com.br

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