Hedla Lopes, com conexão Fortaleza-Lima-Kona

Hedla Lopes, hoje triatleta, foi a primeira mulher do Norte e Nordeste do Brasil a disputar os Jogos Pan-Americanos, em 1975

Hedla Lopes, conhece? Muita gente a conhece hoje em dia como a “mãe da Vittoria Lopes”, uma das melhores atletas profissionais do Brasil, mas os mais “experientes” conhecem a Vittoria como sendo a “filha da Hedla”… A verdade é que para essa cearense raçuda, é gratificante ser conhecida atualmente pelos feitos da jovem atleta da Seleção Brasileira de Triathlon. “Eu acredito que hoje passei a ser a mãe da Vittoria Lopes”, confirma Hedla, orgulhosa do novo “nome”.

Hedla começou na natação aos dez anos de idade e com 15 já competia com nadadoras adultas; ela foi a primeira mulher do Norte e Nordeste do Brasil a disputar os Jogos Pan-Americanos de Lima, em 1975, quando competiu na natação. Entre outros desafios, ela conquistou os títulos Cearense, Norte-Nordeste, Brasileiro e o tricampeonato da Travessia do Rio Negro. Já na categoria Master, foi campeã Olímpica Master nos 800m livre, na Dinamarca, em 1989, e campeã e recordista Latina-Americana e do Caribe de de Natação em 1999.

Ela migrou para o triathlon aos 45 anos e três anos depois teve uma das maiores alegrias de sua vida esportiva, pois foi campeã geral do Triathlon Olímpico Cearense. “Provei pra mim que ‘Querer é poder!’ Enquanto eu falava motivada que queria vencer, me dedicando ao máximo para isso, algumas pessoas não acreditavam, dizendo ‘Olha a sua idade…’, então isso me fortalecia ainda mais e consegui ser a melhor atleta cearense do ano no Geral, mesmo aos 48 anos.” Hedla destaca também como grandes realizações no triathlon ter sido vice-campeã mundial de Longa Distância da ITU, na Holanda, na categoria 50/54 anos, e todas as suas oito classificações para o Mundial de Ironman, em Kailua-Kona. “O Ironman Hawaii é a Olimpíada do triatleta de longa distância. É um sonho realizado! Você coloca em prática todos seus desafios pessoais!”, define ela, que já fez 22 provas da distância Ironman ao longo de 15 anos de triathlon.

Por falar em Ironman, perguntada sobre se imagina, daqui a alguns anos, competir junto com a filha num Ironman, ela abre seu largo sorriso e responde: “Pensando positivamente, gostaria de fazer um Ironman com ela, caso seja possível, para eu finalizar minha carreira como tudo começou… Nós duas competindo na mesma prova! Caso contrário, estarei na torcida e meu sonho se realizando com ela.”

Este ano ela havia decidido reduzir o volume dos treinos para poder acompanhar com calma a Vittoria em sua primeira participação olímpica (Vittoria e Luisa Baptista são as principais atletas femininas brasileiras para a conquista das vagas olímpicas), entretanto, com o adiamento dos Jogos de Tóquio para 2021, Hedla postergou seu retorno total ao triathlon, mantendo a forma através da natação e da musculação e, passando os Jogos, sua ideia é retomar a sequência e conquistar pela nova vez a classificação para o Ironman Hawaii.

Hedla, que é professora de Educação Física, divide boa parte de seu tempo com a administração de sua academia em Fortaleza, uma das mais conhecidas na formação de grandes nadadores do Ceará e até do Brasil. “Com a diminuição dos treinos para o Ironman tudo está mais tranquilo. Tenho uma equipe de funcionários muito equilibrada, e um marido que me dá um grande apoio!’, destaca ela que, com sua experiência, aconselha quem quer ingressar e progredir no triathlon: “Insista! Persista! E não desista! Tenha foco, objetivo, disciplina e espírito de sacrifício. Você é aquilo que pensa!”

Redação

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