Um ano e meio após grave acidente, triatleta amadora Luciana Haddad está no Alaska para disputar o Ironman inaugural
Quando, há pouco mais de um ano, um acidente de bike a deixou por meses internada, com uma grave fratura de coluna, Luciana Haddad, uma das mais fortes triatletas amadoras do país, tinha duas certezas. A primeira luta seria pela recuperação e a próxima era voltar a encontrar uma grande paixão: a prova de Ironman.
“Voltar a treinar e me preparar para um Ironman é a oportunidade de me reencontrar com o esporte que tanto amo, com uma vivência diferente. Além do acidente, tivemos também a pandemia, que nos fez viver momentos difíceis, nos quais nos adaptamos às restrições que vivemos. Agora, tenho a impressão de ter a sorte de viver tudo como se fosse uma nova primeira vez! Há o medo do desafio, que é enorme; as inseguranças devido ao meu corpo, que mudou com o acidente; mas também muita alegria e gratidão pela chance de passar por tudo isso novamente”, afirma Luciana.
Para celebrar este retorno, ela, de 43 anos, que é médica livre docente da FMUSP, quis aumentar o desafio, encarando uma prova no distante, frio, montanhoso e pouco povoado Alaska, nos Estados Unidos. “A escolha da prova foi por querer algo que fosse realmente novo, diferente, memorável. O Alaska sempre foi um destino dos sonhos para nós. Quando vi que o Ironman iria lançar a primeira prova lá, tive certeza que seria a escolha ideal para meu retorno ao Ironman. Só depois da inscrição feita é que me dei conta que a prova seria bastante dura: água gelada, subidas na bike e na corrida. Mas o cenário deslumbrante vai ajudar”, conta Haddad, que já finalizou 13 vezes um Ironman e se classificou seis vezes para o Mundial, no Havaí.
Neste domingo, Luciana estará alinhada na largada para a disputa da primeira edição do Ironman Alaska, em Juneau, marcada por um cenário paradisíaco. Os 3.800 metros de natação serão realizados no Lago Auke, os 180km de bike numa estrada com vista para as montanhas de topo congelado. Por fim, a maratona utilizará duas trilhas históricas na área que inclui Montana Creek. A prova não terá a presença de triatletas profissionais e pode ser acompanhada pelo aplicativo Ironman Tracker.