Guilherme Manocchio, campeão da prova de estreia do Ironman Fortaleza, ano passado, está bem perto da vaga para o Mundial de Ironman, no Havaí. Para isso, terá que conquistar importantes pontos em sua próxima prova. Confira qual é e o que pensa o atleta que também é um treinador de capacidade reconhecida:
Você está bem perto da vaga para Kona. Vai tentar qual prova até a data limite?
Estou perto da vaga, mas nada garantido ainda, por isso já estou inscrito no Ironman Dinamarca, dia 23 de agosto, e espero uma boa colocação pra me garantir no Mundial do Havaí.
Apenas um Ironman full te coloca em Kona? Ou um IM70.3 também daria, mas ficaria apertado?
Fica apertado e também gostaria de um Iron com um bom resultado para o currículo. Gostei da sensação de Fortaleza ano passado!
Como analisa sua prova no Ironman Florianópolis Brasil?
Florianópolis foi uma prova equilibrada, dentro do previsto. Não foi um dia excepcional, até um pouco ruim na parte da natação. Depois fiz o programado com um bom ciclismo e uma corrida moderada. Sabia que estava bem preparado e fiz meu melhor tempo pra distância de Ironman, mas como a prova foi bem competitiva e de alto nível, fiquei com o 9º lugar e não somei todos os pontos que queria.
O que fez de treinos depois de lá? Geralmente descansa quanto tempo após um evento deste?
Após Floripa tive um mês de treinos leves para recuperação e agora passei um mês treinando forte em Boulder, com toda equipe Bravo, na altitude, para um diferencial nas próximas provas. Acredito que foi muito bom pra mim. Normalmente, após os Ironmans, quando estou muito desgastado dos treinos, tiro uns 15 dias sem compromisso. Mas tem vezes que depois de cinco dias já estou treinando normalmente.
O que considera que tem que evoluir mais a nível internacional?
Acredito que o que mais preciso evoluir é a constância no treinamento. Fazer o ano todo com bom volume e qualidade, e um ano após o outro, sem lesões, nem nada. Acho que isso me ajudaria principalmente na corrida, que ainda não tive nenhuma maratona muito forte em Ironmans.
Como foi a emoção do “outro lado”, como treinador, vendo um atleta seu ir tão bem em sua estreia num Ironman (no caso, o Luiz Ohde, em Floripa 2015)?
O Luis é um garoto excepcional. Muito dedicado, sem medo de encarar os problemas e com a mente tranquila, sempre positiva. Trabalhamos uns quatro anos com ele pra chegar nesse nível e mesmo assim foi um pouco surpreendente até pra mim, pois esperava uma maratona um pouco mais lenta. Mas como motivação e vontade são o que mais valem no final de oito horas de prova, foi merecido pra ele. Fiquei muito feliz de ver a recompensa de um bom e longo trabalho e ver a felicidade dele após a prova.
Gostaria de aproveitar e agradecer, pois nessa jornada esportiva que é a carreira de um atleta profissional, precisamos de um suporte para nos lançar à frente e conquistar etapas cada vez mais difíceis. Cheguei até aqui com vários impulsos e empurrões pro lado certo. Alguns desses cito aqui: Asics, Japi, Aquasphere, Performance Nutrition, Shimano e agora mais um catalisador com a equipe Bravo/Coca-Cola, pra ver se começo a incomodar também nas provas mais fortes internacionalmente. Vamos ver como me saio no Havaí, se Deus quiser!