Mobilidade x Flexibilidade

Existe uma certa confusão no que se refere à flexibilidade e mobilidade, sim, são coisas diferentes, mas tem relação direta uma com a outra

Flexibilidade é mensurável e existem várias ferramentas simples para isso, seus resultados se referem a amplitude de um grupo muscular, ou seja, quanto maior a amplitude melhor é a flexibilidade de uma pessoa. 

Devemos levar em consideração que o nível de flexibilidade tem relação com o tipo de articulação envolvida no movimento.

A mobilidade hoje também é possível de ser mensurada através de avaliações funcionais como o FMS (FUNCTIONAL MOVEMENT SCREEN), onde além da avaliação da mobilidade conseguimos avaliar assimetrias e capacidade funcional. 

Em termos práticos a mobilidade é quando avaliamos a AMPLITUDE DE UM MOVIMENTO CONTROLADA E BEM EXECUTADA. Quando um gesto motor específico (movimento) ocorre em harmonia, de maneira fluida, sem limitações causadas por encurtamento de outros músculos e ou articulações, podemos dizer que o atleta tem uma ótima mobilidade.

Ficou clara a relação e a diferença entre FLEXIBILIDADE E MOBILIDADE? 

  • QUANTO MELHOR O ALONGAMENTO DE UM MUSCULO OU GRUPO MUSCULAR, MAIOR A FLEXIBILIDADE DE UM ATLETA, o que não é suficiente para dizer que o mesmo tem uma ótima MOBILIDADE.
  • Para se ter uma ótima mobilidade é preciso que o atleta além de um bom nível de flexibilidade, ele dever ter uma HARMONIA de músculos flexíveis e articulações envolvidas de maneira fluida sem dor ou compensações musculares.

Outra forma de mostrar a diferença entre mobilidade e flexibilidade, é que geralmente mensuramos a flexibilidade de forma passiva (o atleta é avaliado e o avaliador executa o gesto) e a mobilidade é mensurada de forma ativa (o atleta executa o gesto durante a avaliação sem a interferência do avaliador).

Exemplo: um atleta deitado no chão, quando estão alongando seus posteriores de coxa, ele fica parado e quem alonga é outra pessoa, isso significa que o referido atleta está alongando com o intuito de manter ou aumentar seus níveis de flexibilidade.

No caso da mobilidade, usando o mesmo exemplo (posteriores de coxa), o atleta levantará a perna (flexão de quadril) até onde ele conseguir sem a interferência do avaliador. Nesse caso, estaremos avaliando o nível de mobilidade do atleta, pois para executar esse gesto –  ele teve que ESTABILIZAR O TRONCO contraindo a musculatura abdominal, TER UMA ÓTIMA FLEXIBILDIADE DOS ISQUIOSTIBIAIS e força de FLEXORES DE QUADRIL para conseguir “LEVANTAR” as pernas. Quanto maior o alcance, melhor será sua mobilidade.

Percebeu a diferença?

Fabiano Peres é Mestre em Performance Humana,

diretor técnico da Trirun Assessoria Esportiva, Bike Fitter,

triatleta há mais de 30 anos

@fperestri

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