Triatletas são nadadores específicos de nado crawl, mas também podemos ter benefícios usando de forma correta os outros nados
Por Rodrigo Tosta
Triatletas são nadadores específicos de nado crawl, mas podemos ter benefícios – maiores ou menores – usando de forma correta, os outros nados. Vamos a eles:
Borboleta
O nado borboleta pode ser utilizado com várias finalidades para um triatleta e vamos mostrar como introduzir esse nado de forma eficiente, minimizando o desgaste e os riscos de lesão.
Costumamos prescrever esse nado dentro de um educativo simples combinado com o crawl. Esse educativo não só ajuda a melhorar a posição dos braços na fase submersa como aumenta a força na terceira e última fase da braçada: Faça três braçadas do nado borboleta seguidas de duas braçadas do nado crawl com o braço direito, depois duas braçadas de crawl com o braço esquerdo. Você deve respirar a cada braçada forçando a aceleração das mãos durante esse movimento. Procure sempre fazer a pernada de borboleta. Comece alternando 25m desse educativo com 75m de nado crawl solto e vá progredindo até conseguir completar 100m de educativo. Você pode repetir essa série de 3 a 6 vezes durante sua fase de aquecimento, recuperação de séries intensas ou no seu período de volta à calma. Mas lembre, para ter algum benefício de qualquer estratégia a consistência é fundamental, portanto repita isso a cada treino por um período de cerca de 12 semanas e certamente verá os resultados.
Peito
Podemos usar o nado peito de forma a extrair benefícios e minimizar os riscos, assim como fazemos com o nado borboleta. Quando falamos em minimizar os riscos, analisamos as lesões que são mais frequentes em nadadores de peito, que são lesões de joelho e adutores. Sendo assim, não prescrevemos esse nado completo, com sua pernada convencional, mas sim combinado com a pernada do nado borboleta. Com isso, a pernada passa a ser um momento de relaxamento enquanto desenvolvemos a aceleração na fase subaquática.
Os benefícios que o nado peito pode trazer ao estilo livre estão na oportunidade perfeita para monitorar a aceleração da braçada na fase subaquática enquanto ganhamos força, pois é preciso muita força para tirar a cabeça da água a cada respiração. Inclua o nado peito modificado no aquecimento de seus treinos de forma frequente e veja sua evolução em algumas semanas.
Costas
Em relação ao nado de costas acreditamos que há muito pouca aquisição de habilidades que um triatleta pode aprender, a não ser liberar a tensão e fadiga dos músculos mais usados no nado crawl. Além disso, é também uma questão de segurança quando temos um grupo de atletas rodando em uma mesma raia. Colisões de cabeça não são incomuns, quando vemos muitos atletas em uma mesma raia nadando costas.
Dificilmente incluímos o nado costas em um programa de treino de nossos atletas, mas quando o fazemos, só usamos basicamente em duas situações:
1ª) Durante o aquecimento apenas como forma de variação;
2ª) Durante a volta à calma, exatamente como forma de relaxar a musculatura, como mencionado acima. Mas para atletas com pouco “background” na natação indicamos que puxem a raia a cada braçada, para que possam sentir alguma aceleração durante o movimento.
Rodrigo Tosta é Diretor e Técnico da RT Performance. @rt.performance @rodrigotosta