A suíça Nicola Spirig, campeã olímpica em Londres 2012 e prata na Rio 2016, é uma das triatletas mais respeitadas do mundo, entretanto, para ela, esse elogio é ótimo, mas diz que prefere ter outro reconhecimento. “Quero ser a melhor mãe do mundo e não a melhor atleta do mundo”, orgulha-se ela.
Nicola voltou a competir numa etapa do Circuito Mundial de Triathlon no recente dia 6 de julho, em Hamburgo, na Alemanha, praticamente 12 semanas após ter se tornado mãe pela terceira vez. E voltou bem, pois conquistou o 8º lugar! No dia 11 de abril passado nasceu Alexis, 3º filho (segundo menino) de Nicola e Reto Hug (ex-triatleta profissional). Ela já era mãe de Yannis (2013) e Malea (2017). A história de dedicação dela ao triathlon é impressionante e incansável.
Filha de pais professores de Educação Física, ela sempre teve em casa o incentivo para a prática esportiva, experimentando várias atividades, como basquete, tênis, natação, ciclismo e corrida, que fazia com seu pai. Aos 10 anos de idade já fez seu primeiro triathlon, sendo 2ª colocada numa prova que contava com crianças de 12 anos. Um ano depois, um encontro interessante ocorreu, pois ela conheceu o mecânico de bicicletas Harry Hossli que, passados 25 anos, cuida até hoje de sua bicicleta e com muito orgulho prepara as “máquinas” que um dia foram de uma menina sonhadora e hoje pertencem a uma campeã olímpica.
A partir daí, sua carreira Junior decolou, se tornando – entre outras várias conquistas categoria – campeã europeia e mundial de duathlon e triathlon, e também teve destaque na corrida Cross-country, onde foi campeã europeia e vice mundial. A primeira Olimpíada que participou foi Atenas 2004, onde aos 22 anos, ficou em 19º lugar. Dois anos depois, ela que até então era treinada por seu pai, passou a ser orientada por Brett Sutton e seu desempenho teve grande salto.
Nas Olimpíadas de Pequim 2008 Nicola foi 6ª colocada e dois anos depois, uma outra conquista no campo pessoal difícil de se obter durante uma carreira profissional esportiva, ela se formou em Direito. Dois anos depois, nas Olimpíadas Londres 2012, seu grande momento: Medalha de ouro após um sprint mundialmente conhecido com a sueca Lisa Norden (hoje comentarista das transmissões da World Triathlon). O Photo finish (foto abaixo) dessa prova foi histórico, gerando até recurso da Comitê Sueco, que julgava que Norden era a campeã.
Quatro anos depois, no Rio de Janeiro, outra disputa histórica pelo ouro, agora com a americana Gwen Jorgensen, que era a grande favorita. Vinda de uma preparação apertada devido a uma fratura na mão, fruto de uma queda na primeira etapa da temporada da WTS, Nicola atacou muito o pelotão durante o ciclismo e na corrida correu no “pescoço” de Gwen, que chegou a se irritar com a situação. Ao final, medalha de prata após uma atuação marcante e de pura raça.
Sua carreira continuou vitoriosa até que deu outro tempo nela, agora para o nascimento de Alexis em abril passado. O próximo objetivo é se manter bem no ranking mundial e retificar a vaga para sua 5ª Olimpíada, em Tóquio 2020. Para isso, a caminhada tem um grande passo no sábado, quando larga para a “Grand Final 2019”. Boa sorte para a incansável suíça!