O treinamento de força é um método efetivo e que deve ser incluído na periodização do treinamento de ciclistas
Por R3D Science & Performance
Os ciclistas de elite geralmente têm um período limitado de tempo disponível para treinar a força muscular durante a fase de preparação. Mas será que esse treinamento é fundamental para ciclistas?
Rønnestad, pesquisador da Universidade Lillehammer na Noruega, tem participado de vários estudos a respeito deste tema. Ele e seus colaboradores verificaram, em 2017, o efeito de 10 semanas de treinamento de força para no desempenho de ciclistas de elite. Doze ciclistas realizaram treinamento de força e treinamento de endurance, enquanto outros oito ciclistas realizaram apenas treinamento normal de endurance.
Após o período de intervenção, o grupo de treino de força mais o treino de endurance teve um aumento significativo no meio agachamento isométrico máximo, na potência média durante um sprint Wingate de 30 segundos e uma tendência para melhorar a potência na qual pedalavam numa concentração de 4 mmol de lactato.
Estudando a influência do treinamento de força no sexo feminino, Mujika, Rønnestad e Martin, em 2016, observaram que mulheres ciclistas, com maior massa magra na parte inferior do corpo, apresentam uma potência máxima de 4 a 9% maior por kg de massa magra ao longo de 10 min pedalando. De acordo com os pesquisadores, os mecanismos potenciais para essa melhor resistência para pedalar incluem ativação adiada de fibras musculares tipo II e a conversão de fibras tipo IIX em fibras IIa, que são mais resistentes à fadiga. Com base nestes estudos e outros diversos relatos científicos, podemos afirmar que o treinamento de força é um método efetivo e que deve ser incluído na periodização do treinamento de ciclistas.
Recentemente, em 2017, Beattie e colaboradores citaram que os melhores indicadores de desempenho fisiológico em ciclistas de estrada de elite são: a economia no ciclismo, ou seja a capacidade de gastar menos energia para pedalar a mesma velocidade, a potência no consumo máximo de oxigênio (WVO2 máx) e a capacidade anaeróbia. Para os pesquisadores, além da capacidade cardiovascular, esses indicadores fisiológicos de performance são incrementados por fatores neuromusculares e o treinamento de força seria uma ótima técnica para melhorar essas funções neuromuscular.
Os pesquisadores investigaram o efeito de 20 semanas de treinamento de força máxima e explosiva na força máxima, força explosiva e na força explosiva específica para pedalar bicicleta.
O grupo que treinou força muscular mostrou mudanças significativas na força máxima, na força explosiva específica da bicicleta e na WV̇O2 máx, além disso, os atletas aumentaram também a massa muscular das pernas.
O grupo que não treinou musculação não apresentou alterações significativas nas medidas de força e na composição corporal. O grande achado do estudo de Beattie (2017) é que o treinamento de força melhora significativamente a força máxima, a força explosiva específica na bicicleta e na WVO2 máximo absoluto em atletas de ciclismo de estrada, tornando um método de treinamento indispensável a esses competidores.
A R3D Science & Performance é uma consultoria de treinamento para ciclistas, que aplica a ciência em suas prescrições. @r3dscienceperformance (@dailsonpaulucio, @profrenatoalvarenga, @profrodolfovelasque e @rbxavier)