One o One: Antón Ruanova, de olho nas Olimpíadas Tóquio 2020!

Antón Ruanova é o atual campeão brasileiro e sul-americano de triathlon. Espanhol de nascimento, mas brasileiro por opção, Anton se naturalizou e, agora, pretende competir pelo Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Com grande base no esporte e ótima capacidade técnica, tem tudo para trilhar uma carreira de sucesso sob a bandeira brasileira. Conheça um pouco mais sobre o talentoso triatleta:

Seu esporte-base foi a natação. Em que momento resolver migrar para o triathlon?
Comecei a nadar por recomendação médica quando tinha cinco anos. Com 15 anos experimentei o triathlon com a ajuda de Cesar Varela, meu atual técnico. Ele era treinador do meu time de natação e ao mesmo tempo treinador do campeão mundial de triathlon, Ivan Raña. Desde o início adorei o esporte e só me fui dedicando mais.

RuanovaTriSport-21

Antón Ruanova. Foto: Andrés Carnevali

Como foi sua história inicial como triatleta? Quem eram seus ídolos no esporte?
Nunca fui muito de ídolos, mas partilhar treinador e treinamentos desde o inicio com um campeão mundial, o Ivan Raãa, foi bem bacana.

Por que resolveu abandonar o triathlon profissional há dois anos?
Por um lado, teve um desacordo com a Federação da Espanha de Triathlon. Após ser 6º colocado na World Cup do México e ganhar assim pontos suficientes pra fazer a minha estreia nas WTS, a Federação não me permitiu competir na WTS da Áustria, apesar de o país ter uma vaga livre e eu ter pontos ITU suficientes. Além disso, a situação do esporte profissional na Espanha era muito ruim. Ainda sendo por duas vezes vice-campeão da Espanha, não tinha apoio e resolvi continuar a estudar pra poder viver.

Quando veio morar no Brasil para trabalhar na Embaixada da Espanha, pensou que poderia voltar a competir por aqui?
Sim, a prioridade logicamente era o trabalho, mas queria continuar a competir mesmo que treinando pouco. A competição me faz sentir vivo. Finalmente os resultados foram bons e resolvi disputar o circuito nacional Sesc Triathlon até o final.

Por que a decisão de se nacionalizar brasileiro e competir pelo país?
Não era uma coisa que eu pensasse antes de vir pra o Brasil, mas com os resultados no Sesc Triathlon apareceu a possibilidade e estou muito agradecido ao país. É o que eu sempre quis, ter a possibilidade de treinar duro e competir contra os melhores do mundo se faço as coisas certas.

 

RuanovaTriSport-19Como é sua rotina hoje em dia?
Depois de muito pensar, decidi deixar o trabalho pra poder me preparar com qualidade. O sonho de competir com os melhores do mundo exige muito. A minha rotina está entre a natação, a bicicleta, a corrida, a academia e algum tempo pra a empresa Train2Go.com, um gestor online do treinamento que tenho junto com amigos.

Você já é campeão brasileiro de triathlon em 2016. O que sentiu com a conquista?
Foi muito especial. Uma prova muito disputada, com forte nível. No final pude vencer um companheiro muito forte e que dará muitas alegrias ao país, Manoel Messias. Ser campeão brasileiro é algo muito especial.

O que acha do nível do triathlon nacional?
Venho dum país que atualmente acho que é o mais forte do mundo no nosso esporte, mas vejo muito potencial no Brasil. Já há esportistas com muito nível, por exemplo: Reinaldo Colucci, Diogo Sclebin, Danilo Pimentel e Manoel Messias. Acho que o exemplo de Manoel, campeão mundial júnior, vai ajudar muito a que muitos meninos trabalhem duro pra chegar à Elite.

Pretende competir nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020?
É o meu grande sonho. Quero fazer tudo certo, passo a passo, pra poder disputar a classificação pra Tóquio 2020. Pra isso tenho que voltar a ganhar experiência nas provas ITU. Este ano já fiz uma CC (Continental Cup) no Chile e uma WC (World Cup) no México. É um caminho longo e difícil, mas tenho muita esperança e forças para treinar duro cada dia.

Visualiza fazer um Ironman algum dia?
Sim, mas nem sei se competitivamente, quero fazer e terminar um Ironman pra saber como é a sensação, Gosto muito da velocidade e competitividade da distância olímpica.

O que mais gosta no Brasil?
Das pessoas. O Brasil é um país impressionante, um continente que tem tudo, mas acho que seu maior tesouro é sua gente. Sempre positiva, sempre pronta pra ajudar. Identifico-me muito com essa positividade.

BIO
Idade: 30 anos
Peso: 65 kg
Altura: 1,81 m
Técnico: César Varela
Patrocínio: Titãs Triathlon Team – TTT
Apoios: Train2Go.com, Massi, Rudy Project, Taymory e 226ers (nutrição)

 

Redação

press@trisportmagazine.com