Oscar Galindez, argentino, residente no Brasil, 45 anos de idade, 30 anos de triathlon, o maior vencedor do Triathlon de Pucón. Pucon está para Galindez assim como Galindez está para Pucón. Vencedor desde 1998, quando a prova tinha as distâncias de 1500m de natação, 64k de Bike e 16k de corrida – nas trilhas da península. Ele venceu 6 vezes, em 98, 2003, 2004, 2006, 2007 e 2009. Recém operado do ombro direito, Galindez se recupera, e pela primeira vez está em Pucón sem competir. Acompanhando e apoiando seu filho Thomy que vai competir na categoria 18-24. Ele conversou com a Tri Sport e revelou os momentos que marcaram sua carreira, as novidades, dicas e novos objetivos.
O que faz de Pucón uma das provas mais bonitas e diferenciadas do mundo?
Eu falo assim. É uma prova que tem identidade. Tem uma história. Os organizadores de hoje deveriam estar preocupados em consolidar as provas independente da marca. Pucón é uma prova de 3 tempos; tem uma prévia bem bacana, homenagens aos vencedores, mídia, concentram o que há de melhor. A prova em si, não tem o que falar, a beleza natural com o lago, o vulcão, o céu azul – parece uma pintura, um quadro. E o terceiro tempo, é a confraternização com a festa pós-prova. A organização é impecável e constante durante os anos. A prova já foi Triathlon de Pucón, Half Ironman e agora chama-se Ironman 70.3. Independente da marca, a prova em si, sempre foi igual.
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Você foi o atleta que mais ganhou em Pucón. O australiano Chris McCormack, bicampeão mundial do Ironman, chegou a dizer que você era imbátivel na América do Sul. Como se sente com todas essas conquistas e esse reconhecimento?
O Macca, nunca deixou de perseguir suas vitórias, mas eu nunca deixei ele ganhar em Pucón. Ele é do tipo que não sossega enquanto não ganha – sempre volta até ganhar. Sempre estive descansado e este sempre foi o meu trunfo. Sempre treinei 5 semanas, depois de 1 mês de férias e conseguia fazer bem a prova. Não era o ideal para a minha temporada, que se iniciava, mas eu conseguia andar bem em Pucón. Fazia muita qualidade em cima da base do ano passado, já que a prova é sempre em janeiro.
Qual foi a sua vitória mais marcante durante esses anos e como explica a sua constância nessa prova – acho que sempre esteve entre os 5 primeiros, certo?
Sim, é verdade. Em 1989 eu fui quinto. Depois sempre cheguei no top 5. A vitória mais marcante foi a primeira vez que eu ganhei 98. E em 2003 a vitória sobre Macca, foi bem legal. Em 2009 foi a cereja do bolo.
Quais são as prioridades de hoje e os seus objetivos?
Hoje as minhas prioridades são me recuperar do meu ombro e alinhar meu corpo no eixo central. Quero alinhar, para me recuperar e performar melhor. Tenho outros probleminhas mas quero me recuperar para ficar bem no 2º semestre. Eu estou desenvolvendo minha marca, lancei minha assessoria. Estou envolvido em outras coisas no esporte, além do o treinamento. Quero fazer uma boa prova até o final do ano. O Ironman Mar Del Plata é uma possibilidade. Cuidar da minha saúde futura é prioridade – afinal são 30 anos dedicados.
Os triatletas estão quebrando os paradigmas como o neozelandês Cameron Brown, vencendo o Ironman da Nova Zelândia com recorde no ano passado, aos 43 anos, Craig Alexander vencendo provas de 70.3, aos 44 anos. E o Galindez? Aonde ainda dá pra chegar?
Depende. Da minha cabeça tudo bem, posso chegar junto com a minha paixão e meu objetivo. Essa prova aqui de Pucón, acho que eu conseguiria ficar entre os 5 primeiros, sem desmerecer os atletas. Tudo é uma questão pessoal. Mas o preço pode ser alto. Tem que ser com calma hoje em dia.
Você acabou de lançar um assessoria esportiva na argentina. Pensa em oferecer para os atletas brasileiros também? Como funciona?
Sim, acabei de começar este trabalho na Argentina. Ainda estamos trabalhando para isso. O treinamento é feito a distância. Não quero ter muito volume, muitos atletas. O Brasil já tem muita assessoria, mas estamos abertos. Aqui não é questão de preço e sim de qualidade e acompanhamento. Uma consultoria de excelência.
Deve ser muito legal ver o seu filho, se dedicando ao triathlon, vê-lo crescendo e evoluindo. Como é isso pra você?
Isso é demais, quase fui pioneiro no esporte na Argentina e no Brasil. A possibilidade de competir com meu filho, hoje em dia, é inacreditável. A importância dele estar fazendo o triathlon é muito mais importante pelo lado humano, o desenvolvimento dele como pessoa nessa carreira, não deixar desistir do ideal e trabalhar. Ele está em São Carlos, treinando com o Eduardo Brás, onde mora sozinho, se cuida. Muito bom isso. Isso é o que vale primeiro e ele já está conquistando aos poucos. Os resultados vem naturalmente, Thomy só tem 20 anos e já está no 3º ano de Educação Física. Muito orgulho.