One o One: Rosecler Costa, a campeã do Itaipu Ironman 70.3 Brasil Paraguay

Depois de dez anos afastada do triathlon, Rosecler Costa voltou, e bem! Campeã do Ironman Fortaleza de 2015, ela esta semana venceu também o Ironman 70.3 Brasil Paraguay, prova que usou como preparação para o Mundial em Kona. Conheça um pouco mais sobre esta fera que já mira voos em distâncias maiores:

Como foi o desenrolar da prova para você?
Minhas provas costumam sempre começar quando coloco os pés no chão (rsrs) Porque sei que, dentre os 3 esportes, a natação pra mim sempre foi a maior dificuldade. Em Foz não foi diferente… Saí em 3º lugar da água, com um belo tempo atrás da Claudia Dumont e da Ciça Carvalho. Mas fui administrando o pedal. Meu técnico, o Marcus Fernandes, me ligou na véspera da prova e disse: “Sei que vai querer forçar o pedal, mas não faça isso! Vai pagar o preço na corrida.” E obedeci! Administrei o duro pedal de Itaipu, e saí um pouco mais inteira para correr.

Quando, na corrida, percebeu que poderia se tornar a líder da prova? E depois que isto ocorreu, como trabalhou a cabeça para continuar na liderança?
Quando eu estava no km 3, entrou em meu tênis um arame que furou a sola do meu pé. Nesse momento, achei que a prova acabaria ali. Tirei o arame e mesmo com dor, continuei a corrida. Eu só pensava numa coisa… Em me concentrar! Alguns atletas passavam por mim e me davam palavras de incentivo. Foi sensacional! Quando faltava uns 50m para o retorno, vi a Ciça voltando. Percebi que nossa distância estava diminuindo. Coloquei a cabeça no lugar e só administrei aquilo que estava fazendo. Quando assumi a liderança, passava pelas placas de sinalização dos Kms e começava a contabilizar o quanto faltava. Com dores no corpo inteiro e o sol castigando, só queria cruzar a linha de chegada. Foi o que fiz… Pensei nela, me concentrei e fui!

Como dividiu sua nutrição na prova?
No pedal, procurava comer de meia em meia hora. Pegava água e Gatorade em todos os postos de hidratação, pois sabia que o forte calor não iria dar trégua. Na segunda volta do ciclismo, perdi uma parte da alimentação, daí fracionei o que me restou. Na corrida, estava tão desgastada que não conseguia comer nada. Ingeri gel, Coca-Cola e muita, mas muita água!

O que classifica como a maior dificuldade do IM 70.3 Brasil Paraguay?
A maior dificuldade acredito que seja o percurso da bike. Ele é duro e técnico. A corrida também é um pouco, mas você já sai pra correr com as pernas moídas. Aliada a um calor insuportável que fez naquele dia, tornou a edição de 2016 uma prova dura e desafiadora.

Esta prova foi seu “apronto” para o Mundial de Kona?
Sim! Escolhi o IM 70.3 Brasil Paraguay como treino e preparação para o Mundial de Kona. Gosto sempre de participar de provas antes do Mundial para testar materiais novos, alimentação, hidratação, ajustes na bike, enfim, poder ter um pouco mais da realidade da prova.

O que visualiza para este final de ano e para 2017, quando fará o UB515 pela primeira vez? O que te motivou a participar de uma prova na distância Ultraman?
Sempre antes de começar o ano, eu já faço meu calendário de provas. Eu tenho agora as últimas etapas do TBT, em Santos, o Campeonato Mundial de IM, no Hawaii e o IM Fortaleza, prova muito especial para mim! Eu quero poder terminar bem essas provas para concluir meu ciclo de 2016. Tudo isso servirá de preparação para o Ultratriathlon UB515. Desde adolescente, quando iniciei no Triathlon, me destaquei em provas de longas distâncias. Acredito que são desafiadoras… Você consegue se superar não somente no corpo mas sim, na mente. E foi por isso que me interessei a participar desse desafio. Além de que, tem todo o esquema da equipe, da ajuda, da colaboração, da família, do “um por todos e todos por um.” Adoro isso! Tenho certeza que será muito prazeroso participar da edição de 2017!

Gostaria de agradecer à minha família, que convive comigo diariamente e sabe por tudo o que eu passo. A Deus que me dá força diária!
Agradeço também aos meus patrocinadores: Team Wine e Ceepo Bikes/Labici

Co-Patrocinadores: Uvex, Dracon, Tork Sport, Fupes e Casa Parafuso Santos
Apoiadores: Banana Brasil, Geração Fit, Dermaformula, Brothers Bike, Academia Estilo do Corpo

Minha Equipe Multidisciplinar – médico, massoterapeuta, fisioterapeuta, psicóloga profissionais da área do esporte que convivem comigo toda semana.

Rosecler Costa no ciclismo do Itaipu IM 70.3 Brasil Paraguay. Foto: Ricardo Andrade

Rosecler Costa no ciclismo do Itaipu IM 70.3 Brasil Paraguay. Foto: Ricardo Andrade

BIO – Idade: 38 anos
Peso: 53kg
Altura: 1,60
Tempo de Triathlon: começou aos 17 anos, mas ficou quase 10 anos parada. No total, 11 anos.
Bike: Ceepo Viper
Tênis de Corrida: New Balance 1500
Wetsuit: Aqua Sphere

 

Redação

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