Para sempre, Mãe de Atleta e Atleta-Mãe!

Uma reflexão sobre a importância delas na vida de todos nós

Por Marcos Dantas

“Deus não pode estar em todos os lugares e por isso fez as mães." Este sábio provérbio judeu expressa um pouco do sentimento que a maioria de nós, seres apaixonados pelas próprias mães, têm em mente. Hoje é o dia delas, e não poderia deixar de escrever sobre a importância que essas “senhoras” têm em nossas vidas, ainda mais quando elas se enquadram na conhecida categoria “mãe de atleta".

Já me falaram que “mãe de atleta" é igual “mãe de modelo"! tisc tisc tisc… “mãe de atleta" é igual “mãe de cantor", “mãe de bancário", “mãe de jornalista"… mãe é mãe! Incluindo aí as “atletas-mãe", sim! Aquelas mulheres que competem, de maneira amadora ou profissional – como é o caso de Bia Neres, em nossa foto de abertura, e da ex-pro e hoje amadora, Mariana Ohata, na foto abaixo – e que têm que dividir seu tempo com os filhos, trabalho, lazer e tudo que envolve as responsabilidades de uma família. Ou seja, em qualquer “categoria" de mãe, tenho certeza que em todas a dedicação é capaz de coisas impensáveis.

Há alguns anos li o livro “Michael Phelps sem limites. A incansável busca pelo prazer de vencer", com Alan Abrahamson, pela Editora Thomas Nelson Brasil; nele, o maior nadador do mundo confidencia que muito do que fez, deve, principalmente, a sua mãe Debbie. A multi jornada dela de trabalhar como professora, em casa, motorista, torcedora e cozinheira (dele), fez com que o múltiplo campeão escalasse as arquibancadas da Arena de Natação nas Olimpíadas de Atenas 2004 e, na frente do mundo todo, desse um grande beijo de agradecimento nela quando ganhou algumas de suas medalhas olímpicas. Mais que merecido.

Os triatletas então, estes são “privilegiados" em dar dor de cabeça às mães. Vai o quê, meu filho? Nadar no mar? Tem onda? Vai sozinho? Tem tubarão? E a gente vai assim mesmo… Vai pedalar que horas? 4:30 da manhã, sério? Tem farol na bike? Luz traseira? Capacete? Quanto custa a bike? Vai com quem? Tem descida? Que velocidade vocês andam? E a gente vai assim mesmo… Vai correr neste sol? Depois de pedalar… você tá brincando? Vai levar o telefone? Dinheiro? Quantos km? Tudo isso? sério? E a gente vai assim mesmo…

A gente vai porque ama fazer isto e sabe que, na volta, ela vai estar – disfarçando a preocupação – com um sorriso de orelha a orelha, achando que o filho tem tudo para vencer o próximo Ironman do Havaí, a São Silvestre, o Tour de France e os Jogos Olímpicos, tudo junto… Ao final do ano ela descobre que ganhar estas provas é mais difícil do que pensava e, mesmo assim, continua apaixonada, acordando cedo e torcendo como se pudéssemos correr lado a lado com o Alistair Brownlee.

Se você está lendo este artigo, com certeza temos algo em comum: gostamos de praticar esportes, seja o triathlon ou a natação, ciclismo ou corrida e, em todos, sabemos que por mais que seja um esporte solitário, sozinho não se vai a lugar algum. Precisamos do treinador, do pai, da esposa, do marido, dos colegas de treinos e, é claro, da mãe. Muito da força interior que tiramos nos momentos difíceis das competições vem dela, muito de nosso desempenho é fruto do esforço dela, da abnegação dela. Nas próximas Olimpíadas perceba as entrevistas pós-conquistas, recheadas de agradecimentos a várias pessoas e, em especial, à mãe. Quando completamos bem uma corrida ou ouvimos a frase “você é um Ironman!" ao cruzar a linha de chegada, tente passar para aquela senhora que ela também pode se considerar uma “Mãe de Ferro", pois a conquista teve uma grande participação dela.

Marcos Dantas é redator da Tri Sport Magazine

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