A importância e versatilidade deste equipamento para o treinamento de força na natação
Por Claudio Morgado
Há muitos anos se usam instrumentos para o treinamento de força ou contra-resistência na natação. Hoje o “paraquedas” (ou parachute) é o mais popular e eficiente, mas antes dele, tivemos os calções e maiôs com bolsos, ou então nadar de camisa, tênis e até puxando um balde furado chegou a ser utilizado mas, a verdade, é que a maioria destas “ferramentas” atrapalhava muito a técnica do nado.
Esse treinamento lastrado tirava o nadador da posição ideal do nado. Já com o paraquedas isso não ocorre, pois ele foi elaborado de maneira a proporcionar uma regulagem adequada ao usuário, otimizando o treinamento de força e potência.
O paraquedas pode ser utilizado para os quatro estilos de nado, para palmateio, pé de pato, palmar, snorkel, ou seja, ele é adaptável a tudo, proporcionando um treinamento de transferência, aumentando a intensidade, mesclando força e velocidade e gerando a potência do nado.
Quem pode usar?
Teoricamente um iniciante não deve se preocupar em fazer força, e sim caraterizar bem o nado, já que qualquer arrasto limita a amplitude da braçada, ou seja, se ela ainda não domina muito bem a técnica não é bom usar um equipamento que privilegia a força. Muitas pessoas acham que a força resolve tudo, mas na natação não é assim. A técnica gera economia e tendo isso, você tem um aproveitamento melhor do gasto energético. Na natação do triathlon o importante é sair bem da água, inteiro para o esporte seguinte, no caso o ciclismo.
O grande prazer de treinar com o paraquedas – que é um treinamento duro – é a pseudo-sensação de nadar mais rápido depois de utilizá-lo. Quando tira o equipamento e parte para a velocidade, como por exemplo uma série de 100m com pé de pato e palmar, a sensação é ótima, mesmo tendo consciência que não é medular, não é neural. Aquilo só será assimilado após oito semanas de treinos, em média, mas num primeiro momento a satisfação é imensa.
Velames
O paraquedas costuma vir com três velames: pequeno, médio e grande. Normalmente usamos o pequeno para séries de A1 e adaptação, o médio para séries de A2 e A3, e o grande para as séries anaeróbias e de velocidade. Vale lembrar que, sempre que realizar trabalho com o paraquedas a importância é a tranferência da força para a velocidade, gerando potência para o nado.
Exemplo de Treinos
– A1: Paraquedas + palmar
– A2: Paraquedas + palmar + PP + snorkel
– Natação com PP e palmar, aumentando bem a velocidade segmentar, com o objetivo de elevar muito o ritmo da pernada, mas com o braço acompanhando a mesma, para não ficar um nado conduzido, evitando que o nado fique desequilibrado.
Claudio Morgado é técnico de triathlon e um dos precursores do esporte no Brasil. @morgadotri