Com o evento-teste Olímpico, todas as cinco classes esportivas do paratriathlon serão disputadas no Evento Mundial de paratriathlon (WPE), no sábado, 1º de agosto. A prova WPE no Rio é a segunda oportunidade em uma campanha de um ano para marcar pontos no ranking de Qualificação Paralímpico.
Ainda que apenas seis das dez classes esportivas vão ser realizadas em 2016 nos Jogos Paralímpicos, a corrida no sábado serve duplamente como evento-teste Paralímpico. As classes esportivas que serão disputadas em 2016 incluem PT1, PT2 e PT4 na categoria masculina e PT2, PT4 e PT5 na categoria feminina.
OS GRANDES NOMES
PT1 Masculina
Bill Chaffey (AUS) lidera a categoria PT1 masculina como o veterano de maior sucesso entre os atletas concorrentes, sendo dono de quatro títulos do Campeonato Mundial. Um ávido triatleta amador que se lesionou durante o treinamento, Chaffey transformou seu amor pelo esporte ao paratriathlon, e tem dominado a classe esportiva desde então.
No entanto, a divisão tem aumentado sua competitividade com diversas vitórias de Phil Hogg (GBR), Geert Schipper (NED), Krige Schabort (USA) na categoria PT1 nos últimos anos. Citamos também Jetze Plat (NED), que vai ao Rio competir no Campeonato Mundial de Paraciclismo, pois tentará classificação para as Paralimpíadas nas categorias paraciclismo e paratriathlon, uma classe esportiva repleta de talento.
PT2 Masculina
O atual Campeão do Mundo Vasily Egorov (RUS) é o atleta principal na categoria PT2. Desde o início no esporte dois anos atrás, ele perdeu apenas duas corridas, ambas para o atleta Michele Ferrarin (ITA), que não vai competir no sábado. O próximo adversário de Egorov vem dos EUA. Mark Barr, que é duas vezes vencedor do Evento Mundial de Paratiatlo. Como Barr, espera-se que Stefan Loesler (GER), Tiago Matthes (BRA) e Andre Barbieri (BRA) lutem pelo pódio.
PT2 Feminina
Uma das classes esportivas selecionadas para estrear nos Jogos Paraolímpicos do próximo ano, PT2 feminina apresenta competidoras primorosas. Melissa Stockwell (EUA), uma militar ferida no Iraque antes de se qualificar para os Jogos Paraolímpicos de 2008 como nadadora, desde então voltou sua atenção para paratriatlo. Tendo sido mãe recentemente, a tri campeã do Campeonato Mundial voltou a competir há pouco e já acumulou uma sequência de pódios nessa temporada.
Sua compatriota Hailey Danisewicz é uma competidora forte, tanto no início quanto no fim da prova, e provavelmente concorrerá com Stockwell pela primeira posição, assim como Yasmin Martins, do Brasil. Com vinte anos apenas, espera-se uma evolução de Yasmin.
PT4 Masculina
Repleto de talento, a classe esportiva PT4 masculina apresenta uma profundidade que torna esta uma prova imperdível. O bicampeão mundial Martin Schulz (GER) é a força dominante a ser considerada, tendo perdido apenas uma corrida nos últimos três anos.
Depois dele, o jovem Stefan Daniel tem um futuro brilhante. No ano passado, com apenas 17 anos de idade, ele ganhou a prata na prova do Campeonato do Mundo e anunciou-se como um talento a ser assistindo no caminho até o Rio. Esquiador paralímpico que virou paratriatleta, Yannick Bourseaux sofreu duas lesões ao longo do último ano, mas quando ele está com força total, o francês é perigoso. Da mesma forma, Chris Hammer (USA) e Jairo Ruiz Lopez (ESP) vão ser um impacto na prova com a sua velocidade.
PT4 Feminina
Como a categoria PT2, a PT4 feminina apresentará no Rio no próximo ano uma lista de atletas de ponta. As britânicas são fortes nessa classe esportiva, tendo conquistado o pódio no Campeonato Mundial de 2014. No ano passado, a nadadora paralímpica Lauren Steadman terminou com a sequência de quatro anos de vitórias consecutivas no Campeonato do Mundo da sua compatriota Faye Mcclelland, quando teve o melhor desempenho e conquistou o ouro. Mcclelland ficou em segundo e Clare Cunningham levou o bronze. Apesar de Cunningham não estar escalada para a competição em 1 de agosto, esteja certo que suas companheiras de equipe britânica estarão bem representadas no pódio.
PT5 Feminina
Outra classe esportiva selecionada para os Jogos Paralímpicos do Rio, a categoria PT5 feminina é uma corrida imprevisível que deve empolgar. A Grã-Bretanha vem novamente forte, com equipes fortes com Alison Patrick e Melissa Reid. Suas concorrentes europeias Susana Rodriguez (ESP) e Joleen Hakker (NED) muitas vezes são um desafio, tendo quatro pódios alternados em circuitos europeus. A atleta de destaque entre as nações Pan-Americanas é Patricia Walsh (USA), que deve concorrer em alto nível, também.
PT3 e PT5 Masculina
O Brasil vai dar ao público da casa motivo para torcer, pois são brasileiros os três primeiros colocados do ranking: Edson Dantas, Jorge Luis Fonseca e Roberto Carlos Silva na classe esportiva PT3 masculina. Campeão Pan-americano, espera-se que Silva seja o atleta favorito na prova masculina de sábado.
A classe esportiva PT5 masculina está sem favoritismo, tendo Abrandon Adame (USA), Jose Luis Garcia Serrado (ESP) e David Jones (RSA) como competidores. Contanto que ela termine a prova, o ouro estará garantido para Fernanda Katheline Pereira (BRA), a única competidora da classe esportiva PT3 feminina. Não há competidoras na classe esportiva PT1 feminina.
ENTENDA AS CLASSES ESPORTIVAS
No paratriathlon há quatro classes diferentes do esporte para atletas com deficiência física, numeradas de 1 a 4. Um número menor indica uma limitação de movimento mais grave. Há uma quinta classe esportiva para atletas com deficiência visual chamada PT5.
Atletas com diferentes deficiências competem uns contra os outros, porque as classes esportivas são alocadas com base no impacto da deficiência no triatlo, em vez da própria deficiência.
Para avaliar o impacto das deficiências no triatlo, os classificadores avaliam todas as estruturas funcionais do corpo por meio de uma avaliação física e técnica, usando um sistema de pontuação. A pontuação total determina a classe esportiva do atleta.
PT1 (Paratriatletas cadeirantes)
Paratriatletas nesta classe nadam, pedalam em uma handbike e usam uma cadeira de rodas de corrida para a modalidade de corrida. Esta categoria inclui os atletas com, mas não limitados por, deficiências de força muscular, amplitude de movimento, deficiência em membros, como amputação da perna unilateral ou dupla, lesões na medula espinhal que resultam em paraplegia ou tetraplegia, etc.
PT2-4 (Paratriatletas com mobilidade)
Paratriatletas nesta classe: nadam, praticam o ciclismo em uma bicicleta convencional com ou sem adaptações aprovadas e praticam a corrida com ou sem a utilização de uma prótese aprovada e/ou dispositivos de suporte e podem ser incluídos em 3 classes diferentes do esporte. Essas classes esportivas incluem, mas não estão limitados a paratriatletas com comprometimento de força muscular, amplitude de movimento, deficiência em membro, hipertonia, ataxia, atetose.
PT2
Esta classe esportiva inclui atletas com grau severo de limitação da atividade, como mas não limitados a amputados acima do joelho unilaterais, amputado duplo abaixo do joelho, atletas com uma limitação da força muscular de membros superiores e inferiores significativo combinado ou comprometimento neurológico grave, tal como hemiplegia congênita, paralisia cerebral grave, etc.
PT3
Esta classe esportiva inclui atletas com um grau moderado de limitação de atividade. Atletas com, mas não limitados a, amputação de membro superior, perda completa de amplitude de movimento em um braço, atletas com uma perda moderada de força muscular nos membros superiores e inferiores ou deficiências neurológicas moderadas, tais como ataxia ou atetose.
PT4
Esta classe esportiva inclui atletas com um leve grau de limitação de atividades. Atletas com, mas não limitados por, amputação de antebraço, amputação abaixo do joelho, perda parcial de força muscular do braço, a deficiência dos membros inferiores ou deficiências neurológicas leves, como ataxia ou atetose.
PT5 (Atletas com Deficiência Visual)
Paratriatletas nesta classe: nadam, praticam ciclismo em uma bicicleta tandem e correm com um guia, apresentando perda de acuidade visual e/ou campo visual que atenda aos seguintes critérios mínimos de imparidade:
Um campo visual restrito a menos que 20 graus, em que a pessoa média pode ver um raio de 50 graus;
A acuidade visual que os torna incapazes de ver a segunda linha de um teste de visão padrão a partir de 4 m de distância, onde alguém com “visão normal” 20/20 pode ver uma letra de 9×9 mm a 6 m de distância.
Atletas que vão competir no Evento de paratriathlon Mundial da ITU no Rio de Janeiro em 2015 e que competiram nos Jogos Paralímpicos:
Fernando Aranha (BRA) – um dos dois atletas paralímpicos brasileiros que estiveram nas Olímpiadas de Inverno em 2014. Ele competiu em esqui cross country adaptado e agora vai competir no paratriatlo.
Krige Shabort (USA) – Ganhou prata para a África do Sul em 2000, na maratona T54 em Sydney.
Martin Schultz (GER) – natação paralímpica em 2012.
Yannick Bourseaux (FRA) – Competiu no biatlo e esqui cross country na Paralimpíada
Melissa Stockwell (USA)– Competiu em Pequim em 2008 na natação paralímpica.
Lauren Steadman (GBR) – Competiu em Atlanta em 2012 na natação paralímpica.
Valentina Rangel Uzcategui (VEN) – Competiu em 1992, 2004 e 2008 na natação paralímpica.
Joleen Hakker (NED) – Competiu e remo em Pequim em 2008.