Entrevista com Antônio Bravo, de 23 anos, que foi a revelação brasileira do triathlon masculino em 2022
A Tri Sport Magazine comemora 23 anos neste mês de dezembro, e há 17 anos que realizamos o Prêmio “Melhores do Ano”, que nada mais é do que uma distinção e reconhecimento aos triatletas que se destacaram no ano corrente. Em 2022, na categoria “Revelação”, o nosso time da redação destacou Antônio Bravo Neto.
Antônio Bravo Neto foi campeão mundial Universitário e prata no Revezamento Misto da mesma competição; na categoria Sub-23, foi o 11º colocado no Campeonato Mundial, prata na Americas Triathlon Championships Montevideo e ouro na Americas Triathlon Cup and South American Championships Formosa; na Categoria Elite, onde também já corre, ele foi 4º colocado na Americas Triathlon Cup and South American Championships Formosa (prova onde foi o melhor Sub-23, como já destacado), e 7º na Americas Triathlon Cup Salinas, entre vários outros bons resultados.
Abaixo, confira a entrevista que fizemos com Antônio Bravo:
O que mais te motivou a entrar para o triathlon?
Eu nadava desde os 9 anos e com 16 me interessei pelo biathlon e comecei a correr. Logo em seguida, como gostei, resolvi testar o triathlon motivado por um grupo de Triathlon que tinha em minha cidade chamado Vidativa.
No início, qual foi a maior dificuldade?
Minha maior dificuldade inicial foi comprar uma bicicleta, pois era muito caro e eu não tinha condições. Então comecei usando uma Caloi Estrada, usada.
No ano de 2019 me destaquei no Circuito nacional de Triathlon Sprint e fui campeão Geral da última etapa do Campeonato Brasileiro de Triathlon Sprint 2019. Com isso, fui convidado pelo Marcelo a integrar a equipe do clube Pinheiros.
Geralmente acordo às 6h, almoço no clube mesmo e finalizo os treinos por volta das 17h/18h. Ao chegar em casa costumo fazer liberação miofacial com rolinho e descanso.
Recebo minha planilha de treinos do dia seguinte todos os dias à noite.
Bom, sempre temos pontos em que devemos melhorar. Quanto mais treino, vejo que tenho mais a evoluir. Quando achamos que estamos em nosso limite, vemos que somos capazes de aumentar o limite cada vez mais. E isso é gratificante. Falando especificamente em provas, preciso melhorar minha largada, tornando-a mais forte e incisiva. Já no ciclismo, preciso melhorar o posicionamento no pelotão. Apesar de ter conseguido nas últimas provas chegar à frente do primeiro grupo, é difícil se manter na frente durante todo o percurso da bike e permanecer com uma posição boa durante todas as voltas. Na última volta, quando todos migram pra frente do pelotão, é preciso ter um nível de experiência para conseguir se manter ali na frente e fazer uma boa transição. E na corrida, em minhas últimas provas tenho feito ritmo progressivo, buscando posições à frente, porém, quero executar uma saída forte e manter uma constância no percurso, de forma que, não diminua muito o ritmo durante o trajeto, ou seja, não quebrar. E no final, ainda possuir energia para um Sprint decisivo. Essa estratégia em teoria é a ideal, porém, colocar em prática não é tão fácil. Mas sinto que estou no caminho certo. E com muita dedicação e foco, acredito que vou chegar no meu objetivo.
Meu treino preferido é o treino longo de bike, sem ritmo determinado. E o que menos gosto é o de musculação.
Quais seus ídolos no triathlon?
Meus ídolos nacionais são o Leandro Macedo e Alexandre Manzan. E os internacionais são o Kristian Blummenfelt, Gustav Iden e Vincent Luis.
Como sentiu sua evolução este ano?
Ano passado, comecei a ir em mais provas internacionais e, este ano, dei sequência nesse processo. Consegui este ano também, fazer 2 camps em altitude, o que me proporcionou uma grande evolução e, com isso, obtive bons resultados em provas importantes o que me deu abertura para outras provas decisivas, como por exemplo, minha estreia na World Cup de Huatulco e minha primeira WTCS em Montreal. Além disso, tive um crescimento significativo no World Triathlon Ranking, começando o ano como 192º e finalizando o segundo semestre como 82º, subindo então mais de 100 posições no decorrer do ano. Com isso, entrei para os critérios da Seleção Brasileira de Triathlon e consegui o apoio deles para o primeiro semestre de 2023. Portanto, sinto que evoluí bastante esse ano e espero que em 2023 eu consiga evoluir mais ainda e conseguir fechar grandes patrocínios com grandes marcas para conseguir participar de todas provas necessárias.
O mais difícil para mim, tem sido o posicionamento no pelotão do ciclismo.
Meu objetivo a curto prazo é conseguir competir de igual pra igual com os caras da linha de frente da World Triathlon e participar das Olimpíadas 2024. E a longo prazo, meu objetivo é participar de mais edições dos Jogos Olímpicos e virar um grande atleta de provas de longa distância.
PROFILE
Nome: Antonio Ferraz Bravo Neto
Nascimento: 02/03/1999
Cidade Natal: Fort Lauderdale, Flórida EUA
Cidade em que vive: São Paulo, SP
Tempo de Triathlon: 5 anos
Técnico: Marcelo Ortiz
Equipe Técnica: Nutricionista Fernanda Gargiulo, Fisioterapeuta Guilherme Mendonça e equipe da Espaço Fit.
Equipe: Esport Clube Pinheiros e Exército Brasileiro
Bike: Cannondale System Six
Capacete: Kask Utopia
Sapatilha: Sidi t5
Tênis de Corrida: Asics MetaSpeed SKY
Roupa de borracha: Não tenho kkk uso emprestada. Cada hora uso uma então.
Óculos de natação: Aqua Sphere – Phelps XCEED
Apoio/ Patrocínios: Açotel, Camilo dos Santos e DOX Sports
Hobbies: Não da tempo kkkk Brincadeira. Sempre que consigo vou ao cinema.
Cidade Preferida: Rio de Janeiro
Filme Favorito: Gosto de animes kkk One Piece é meu favorito.
Comida Favorita: Lasanha
Superstição: Não tenho.
Livro: Mangás. Bleach foi um dos meus favoritos.
Habilidade: Tênis de mesa e Totó.
Super poder que gostaria de ter: Super Velocidade.
Conselho: “Nunca desista dos seus sonhos"