Se no Mundial de Ironman da categoria masculina está difícil apontar um favorito absoluto, no feminino não restam dúvidas, a suíça Daniela Ryf é o nome a ser batido. Tetracampeã mundial consecutiva de Ironman e pentacampeã mundial de Ironman 70.3, inclusive recentemente em Nice. Quem pode parar Daniela no próximo dia 12 de outubro?
Daniela Ryf
Favorita absoluta para vencer pela quinta vez seguida o Mundial de Ironman, a suíça de 32 anos vai para Kona com credenciais perfeitas em 2019. Há pouco mais de um mês, ela se tornou pentacampeã mundial de Ironman 70.3, em Nice, na França. Treinada pelo técnico mais vitorioso da história do triathlon, Brett Sutton, a triatleta conhecida como “Angry Bird” (pássaro zangado) sabe que terá de impôr toda sua força no ciclismo para superar atletas que já estarão à sua frente desde a natação. O diferencial de Ryf é justamente esse, pois ela pedala como nenhuma mulher no triathlon, mas ainda deixa “gasolina no tanque” para correr de maneira primorosa a maratona, não dando margens às corredoras que vêm de trás à sua busca.
Lucy Charles
Ela acabou de fazer 26 anos e vem da terra onde não param de botar bons triatletas, a Grã-Bretanha. Considerada a melhor nadadora da história do triathlon mundial, Lucy Charles-Barclay (sobrenome que adotou depois que casou do Reece Barclay, seu marido e treinador) já foi duas vezes vice-campeã mundial de Ironman (2017 e 2018) e seu único problema parece ter nascido na mesma época que Daniela Ryf, pois, apesar da natação ser seu destaque, não dando chance a que nenhuma atleta consiga nadar no seu pé, ela pedala e corre como poucas no mundo do triathlon. Esse ano, Lucy já venceu o Challenge Roth em 8:31:09, e ano passado cravou o segundo melhor tempo da história feminina em Kona, 8:36:24 (sendo superada apenas por Ryf, em 8:26:18).
Anne Haug
A pequena alemã de 36 anos migrou ano passado para as longas distâncias, tanto que na Rio 2016 chegou a competir e ficar em 36º lugar. Em 2017 fez sua estreia em Kona de maneira espetacular, conquistando o 3º lugar, quando fez a melhor maratona feminina do dia, em 2:55:22; e já havia nadado bem, três minutos à frente de Ryf. O problema é que a suíça pedalou quase 22 minutos melhor que Haug na prova. Aí não há corredora que dê jeito… Para galgar melhores posições no pódio a chave de sua prova está no ciclismo.
Mirinda Carfrae
Tricampeã mundial em 2010, 2013 e 2014, a australiana de 38 anos – que é casada com Tim O’Donnell – é a segunda mais experiente da prova entre as profissionais, com nove largadas em Kona; só a americana Linsey Corbin largou mais que Mirinda no Havaí (12 vezes). O currículo da australiana é invejável, pois destas nove largadas, finalizou oito, sendo sete obtendo pódio (além do tricampeonato, foi três vezes vice-campeã e uma vez 3º lugar). Se sua natação não chega a comprometer, sua corrida é irreparável, com o melhor tempo da história para o percurso de Kona: 2:50:26, em 2014. O que Mirinda perde para a nova geração de mulheres é no ciclismo, pois, se em 2014 ela chegou a tirar 15 minutos de déficit da então novata Daniela Ryf para se tornar campeã mundial, hoje já não consegue, já que daquele ano em diante a suíça não perdeu mais em Kona e parece aprimorar seu ciclismo ano após ano. Em 2018, Mirinda foi a 5ª colocada em Kona, 13 meses após ter se tornado mãe de sua primeira filha, Izzy. Para este ano vinha confiante, mas uma fratura no radio há poucas semanas pode ter comprometido sua fase final de treinos.
Sarah True
A americana de 37 anos foi uma grande atleta no Circuito Mundial da distância Standard, onde fez carreira usando seu nome de solteira, Sarah Groff, e chegando a ser 4ª colocada nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 e ter participado dos Jogos Rio 2016, onde abandonou no ciclismo. Na ITU ela competiu 96 vezes, obtendo 21 pódios e seis vitórias. Migrou para a longa distância e fez sua estreia em Kona ano passado, ficando com a ótima 4ª colocação. Este ano sofreu para obter sua vaga para o Mundial, tendo colapsos físicos no final do Ironman Cairns e Ironman Frankfurt. Conseguiu seu objetivo no último evento possível do ano para isso, o Ironman Mont-Tremblant. Tem uma prova equilibrada nas três disciplinas, mas vai ter que arriscar no pedal para tentar subir ao pódio este ano.