O Mundial de Ironman se aproxima e separar cinco nomes como favoritos é uma missão bem ingrata, pois se tratando de Havaí, todos os principais atletas do mundo estarão presentes, no ápice de suas formas físicas e prontos para surpreender os “Big Bosses”. Confira os cinco “escolhidos” e depois, outros nomes para não tirarmos os olhos.
Frodeno
O alemão Jan Frodeno (foto de abertura), campeão olímpico em Pequim 2008, tem 38 anos e vem com “sangue nos olhos” para o Mundial de Ironman 2019. Ele, que já é bicampeão do evento (2015 e 2016), não pôde participar ano passado devido a uma fratura por stress no quadril, que apareceu depois que venceu o Campeonato Mundial de Ironman 70.3 de 2018, onde teve uma atuação marcante se tornando bicampeão da distância, superando Alistair Brownlee e Javier Gomez. “Frodo” está tão focado em Kona que decidiu abrir mão de participar do Mundial de Ironman 70.3 2019 – também porque o percurso montanhoso não o favorecia –, e direciona todas suas energias para se tornar tricampeão mundial de Ironman.
Lange
Bicampeão mundial, 2017 e 2018, o alemão de 33 anos tem o melhor tempo da história feito no Ironman Havaí, ano passado, em 7:52:39, com parciais de 50:37 para os 3.8km de natação, 4:16:05 nos 180km de ciclismo e 2:41:32 na maratona final. A corrida de Lange é avassaladora, tanto que os melhores 42.2km dos registros de Kona são dele, em absurdos 2:39:59 no ano de 2017, mas é fato atestar que seu pedal também cresceu muito e seu foco do ano sempre é Kona. Ele sabe que vai depender do rendimento sobre a bicicleta para ter novamente a chance de vencer o Mundial, pois Cameron Wurf, Sebastian Kienle e Jan Frodeno estarão presentes e não vão aliviar no ciclismo.
Sanders
O canadense de 31 anos, campeão mundial de Longa Distância da ITU em 2017 e vice-campeão do Ironman Havaí no mesmo ano, é outro triatleta que vem sedento por vitória para Kona 2019. Depois da grande performance em 2017, quando brigou pelo título com o alemão Patrick Lange, todos esperavam que o bigodudo Sanders levasse seu carisma e talento para a conquista do Havaí no ano seguinte, mas, infelizmente, não correu como se esperava, cruzando a prova na 29ª colocação. Em março/abril deste ano teve o diagnóstico de fratura por stress na região sacral, e passou meses se recuperando, conquistando sua vaga para o Mundial aos “45min do 2º tempo”, no Ironman Mont-Tremblant, na última data possível para isso. Recuperado e sempre presente nas mídias sociais, ele vem mostrando que vem com a “faca nos dentes” para o próximo dia 12 de outubro.
Kienle
Mais um alemão voador sobre os pedais… A tradição de Kona é de sempre ter um ciclista da Alemanha a marcar território. Foi assim no passado com Wolfgang Dietrich, Jurgen Zack, Thomas Hellriegel, Norman Stadler e agora são dois: Frodeno e Sebastian Kienle, de 35 anos. O campeão mundial de 2014 sempre foi marcado pelo forte ciclismo, mas também é um grande corredor. Nessa temporada ganhou confiança extra ao participar do recente Campeonato Mundial de Ironman 70.3 e cravar a segunda melhor corrida do dia, superado apenas pelo jovem e rápido campeão Gustav Iden. Kienle deixou para trás até Javier Gomez, fato que comentou em suas redes sociais e deu-lhe a dose extra de confiança que faltava para tentar ser campão em Kona pela segunda vez.
Wurf
Cameron Wurf tem 36 anos e a sede de um novato, o que ele é, se tratando de triathlon, pois está no esporte há apenas três anos. Antes disso o australiano foi remador olímpico (Atenas 2004) e ciclista profissional, correndo dois Giro’s d’Italia e uma Vuelta a España. Desde que ingressou no triathlon seu lema era “nadar o melhor que puder, pedalar sem medo do amanhã e sobreviver na maratona”. Era, no passado… Pois Wurf aprendeu a nadar e aprimorou sua corrida, mostrando no recente Ironman Itália – que venceu em menos de oito horas e bateu o recorde da prova – um estilo mais solto e fluido. O recorde do percurso de ciclismo do Ironman Havaí é dele, 4:09:06 e a assustadora média de 43.43km/h em 2018. Depois de fazer isso ainda sustentou uma razoável maratona e fechou na 10ª posição. Após a prova declarou que fez tudo certo, mas a falta dos tradicionais ventos cruzados do Havaí dificultaram seu domínio na bike. Ele torce para que as condições sejam as piores possíveis no próximo dia 12 de outubro, pois conta que assim poderá abrir uma distância maior no ciclismo.
Para ficar de olho:
Alistair Brownlee, britânico bicampeão olímpico de 31 anos. Tem toda uma história de sucesso na distancia olímpica como base mas… Kona é Kona! E a experiência na Big Island conta muito. Apesar de ser um “rookie”, não dá para deixar esse jovem de fora. Ele tem uma aparência frágil, muito magro e de pele bem clara, parecendo um convite ao sofrimento do calor do Havaí, mas realmente, carrega toda uma expectativa do que poderá fazer em sua estreia.
Bart Aeornouts, belga de 35 anos muito experiente e vice-campeão do mundo ano passado. É um magnífico corredor que aprimorou muito seu pedal. Vai para sua oitava prova em Kona.
David McNamee, britânico de 31 anos que já fez Kona quatro vezes e há dois anos seguidos vem sendo o 3º colocado. Dono de uma fortíssima maratona.
Tim O’Donnell, experiente americano de 38 anos que já foi 3º colocado em 2015 e 4º ano passado, após surpreender a todos com um ciclismo mais contundente do que o habitual. Tem os três esportes bem equilibrados, mas vem de uma lesão recente no calcanhar.
Na torcida:
Frank Silvestrin, nosso único Brazuca na categoria profissional. Experiente, tem 37 anos e 20 de carreira no triathlon. Tem uma forte corrida e treinou muito seu ciclismo. Busca um Top 10 que é possível. Corre sem pressão e isso pode ajudá-lo na busca por seu objetivo.