Alexandre Takenaka foi o primeiro atleta amador brasileiro a cruzar a linha de chegada no Ironman Hawaii 2019
Ele tem 37 anos e foi o primeiro atleta amador brasileiro a cruzar a linha de chegada no Ironman Hawaii 2019, com o tempo de 9:02:45 e a 13º colocação na categoria 35/39 anos. Fazendo triathlon há quase 20 anos, Alexandre Takenaka é engenheiro e divide seus treinos com o trabalho na área de Incorporação Imobiliária.
Quando criança, sempre gostou de esportes e fez um pouco de tudo, mas sua paixão era a bike. “Sempre gostei muito de bicicletas desde pequeno, tive influencia do meu pai, que foi o primeiro importador da Trek no Brasil e até acabou patrocinando meu primo de 2º grau que sempre foi um triatleta dos bons, o Antônio Manssur. Esse foi um dos motivos também pelo qual comecei a olhar esse esporte com outros olhos, pois a Boía (Avó do Manssur, mas minha avó de criação) sempre falava dele como sendo um cara “ferrado” no triathlon. Nessa época lembro de um dia ter visto uma matéria na TV sobre o Ironman do Hawaii e me lembro de ter pensado: ‘Nossa, fazer um Ironman deve ser algo incrível, e no Hawaii deve ser mais especial ainda pois sempre quis conhecer o Hawaii… Um dia, quem sabe chego lá!’. Mas era um sonho muito, mas muito distante naquela época”, conta Alexandre.
Seu primeiro triathlon foi uma etapa do Troféu Brasil, em Santos, mas no dia o mar estava muito ruim e a prova acabou virando um Duathlon terrestre. Segundo ele, começou a melhorar como triatleta depois que foi treinar com a equipe do Pinheiros em 2002, que é liderada pelo Luiz Gandolfo. “Após ter ganhado provas e campeonatos de curta distância no Brasil, eu comecei a participar de Mundiais em 2007, na edição que teve a final em Hamburgo. Competi cinco anos seguidos, de 2007 até 2011, e os melhores resultados que consegui na categoria foram um 4º lugar (China 2010), medalha de bronze (Vancouver 2008), e prata (Austrália 2009) na distância sprint”, lembra Takenaka.
Após isso, sua rotina foi de participar de Sprints Triathlons e Olímpicos, tanto que fez seu primeiro Ironman, em 2011, sem nunca ter corrido um Meio Ironman. A vontade de participar do Ironman Hawaii aumentou ainda mais quando Ciro Violin, um dos melhores amigos de Takenaka, venceu a categoria 30/34 anos em Kona 2010. No ano seguinte ele já largou no Ironman Brasil, em Florianópolis e ficou a poucos minutos da vaga para Kona. “Foi então que percebi ser possível uma classificação. Já em 2012 classifiquei no IM de Florianópolis e fiz um tempo abaixo de dez horas na estreia no Hawaii. Entre 2013 e 2014 larguei cinco provas de Ironman tentando classificar, mas não consegui. Cheguei a ficar a três segundos da vaga, perdendo no sprint final para o, hoje meu amigo, Cesar Dalquano, em Floripa 2013”, releve ele.
Takenaka conseguiu novamente a vaga para o Hawaii em dezembro de 2015, em Fortaleza e a partir daí, estar no Mundial passou a ser habitual. “Para mim, é como se fosse um comparativo com a F1 do automobilismo, onde todo ano estão os melhores e mais bem treinados atletas do mundo, isso somado ao percurso desafiador, torna a Big Island diferente de qualquer outro Ironman”, e ele completa: “Acabei classificando e fazendo a prova em 2016, 2017, 2018 e agora, em 2019!”
No total, ele já fez 15 provas de Ironman e, em todas, considera que teve um aprendizado específico e lembranças especiais, mas Takenaka guarda com maior carinho o IM Florianópolis de 2018, onde venceu sua categoria e cravou seu primeiro tempo abaixo de nove horas. “O Ironman de Kona 2018 também foi especial, pois consegui cravar um sub9, com 8h57min, sendo meu melhor tempo da distância Ironman. Em 2019 fiz 9h02min; o tempo foi pior em relação a 2018 (que foi um ano atípico para Kona, com vento a favor nos últimos 50km da bike), mas fiz uma prova mais forte que o ano passado. Como sempre a natação em Kona é uma das mais desafiadoras de todas as provas que já competi, pois ali você tem melhores do mundo disputando cada segundo e cada braçada, em um lugar totalmente descontrolado que é o mar. Nas cinco participações que tive em Kona, acabei apanhando e me embolando bastante até me estabilizar num grupo. Ano passado não foi diferente e acabei saindo no segundo bloco. Na bike eu comecei conservador e tentando observar nos retornos quantos atletas haviam na minha frente e o quanto estavam à frente. Só quando retornei em Hawi percebi que havia se formado à minha frente dois grupos maiores de atletas da mesma largada que eu. O pedal foi praticamente sozinho, com muito pouca referência próxima de outros atletas. Na corrida eu tentei sair no ritmo que achava que poderia manter e ir até aumentando no final, mas sofri bastante nos últimos km”, relembra ele.
Alexandre Takenaka revela que tem como maior objetivo dentro do esporte tentar chegar ao máximo desempenho possível dentro da sua rotina e dia a dia. “Gostaria muito de um pódio em Kona e poder guardar um Umeke daquele de recordação!” e aconselha quem tem objetivos semelhantes: “Não basta aspirar para chegar a Kona, pois muitos tentam e não conseguem. Acho que a pessoa tem que ter o desejo de verdade, já que muitas vezes deixamos um pouco de lado a vida social noturna, principalmente, para priorizar os treinos com foco no objetivo, que é a classificação. Acho importante ter a constância do treinamento, sequência, planejamento e estar aberto ao aprendizado, além de por em prática o que funciona treinando dia após dia.”
BIO
Nome: Alexandre Takenaka
Idade: 37
Tempo de triathlon: Quase 20 anos
Altura: 1.73m
Peso: 62kg
Roupa de borracha: Roka
Speed Suit: TYR
Óculos de natação: TYR
Bike: TREK Speed Concept e Emonda
Capacete: Kask
Sapatilha: Shimano e Bont
Tênis de corrida treino: New Balance minimus MR10, 1600, 1500, 1400, Nike Streak e LT, Asics Hyperspeed, Altra Racer,
Tênis de corrida competição: Nike Vaporfly 4% e Next%
Óculos de sol: Oakley
Equipe: Esporte Clube Pinheiros e Visual Bike