Profile: Bruno Berger

O gaúcho Bruno Berger tem 32 anos e, há duas semanas, foi o 3º colocado geral no Ironman Mar Del Prata, na Argentina, vencendo sua categoria (30/34 anos) e se classificando para o Mundial de Ironman 2020, no Havaí. Conheça mais sobre esse triatleta amador que também é técnico de triathlon.

Bruno iniciou na corrida de rua, no início da faculdade de Educação Física, em 2006, ano em que trabalhou como voluntário no Ironman Brasil, em Florianópolis, e se apaixonou pelo esporte. Se afastou da corrida em 2008 e retornou em 2012. Em 2014 conseguiu comprar sua primeira bicicleta e realizar o sonho de iniciar no triathlon.

Sua estreia foi num sprint triathlon, em outubro de 2014. “Me recordo que a única situação que passava na minha cabeça era conseguir concluir a natação e a partir do ciclismo começar a prova”, lembra ele que, desde então, já fez oito provas de Ironman 70.3 e tem como melhores lembranças as de Punta del Este, 2017, e Lima, em 2019. Duas provas em que revelou que se sentiu bem nas três modalidades, sendo vice-campeão em Punta (prova sem PRO) e melhor amador em Lima (prova com PRO).

Para o Ironman Argentina, foram quatro meses dedicados ao treinamento. “De 3 a 4 semanas de período de base, uma prova de caráter preparatório e depois dois blocos de 3 semanas com cargas máximas, com uma semana regenerativa entre eles. Por fim, cerca de 3 semanas reduzindo a carga paulatinamente, com duas semanas de polimento propriamente dito. Nada diferente em relação a ideologia do processo, apenas reajustes para mais na carga em relação ao que já havia feito em ciclos anteriores”, revela Bruno.

No dia “D”, o treinamento funcionou e Bruno pôde ter um ótimo desempenho, desde a natação, como conta: “Penso que nadei de forma muito confortável. Poderia ter tentado nadar melhor, mesmo não sendo a modalidade que tenho facilidade. A condição climática tornou o ciclismo e a corrida muito desgastante física e mentalmente, ainda assim fiquei muito feliz com ambas as modalidades. Considerei bastante os dados de potência e FC no ciclismo para não comprometer muito minha corrida. Na corrida priorizei a percepção de esforço e o ritmo. Olhei apenas duas vezes a FC. A condição do dia exigiu muito conhecimento do atleta em relação às suas sensações de esforço.”

Bruno Berger é treinador de triathlon e corrida, e atende alunos em sua sala de treinamento personalizado, com isso, consegue ter uma rotina flexível para treinar. Entretanto, esta rotina exige que ele cumpra praticamente todos os treinos sempre pela manhã, fazendo apenas uma sessão de ciclismo e uma ou duas sessões de treino de força à tarde.

Quanto à nutrição, Bruno conta com o apoio familiar no processo. “Não sigo dieta ou plano alimentar prescrito. Minha noiva, Adriana Conzatti, é nutricionista e como ela conhece cada detalhe da minha rotina de treinos e competições, trabalhamos este aspecto quase que diariamente. Sendo alimento saudável e de qualidade, não temos restrições”, disse ele.

Para 2020 Bruno tem um grande objetivo: Kona! Mas revelou que pretende encaixar uma ou doas provas de Meio Ironman no primeiro semestre. Tudo depende de questões financeiras, pois ele não conta com nenhum tipo de apoio ou patrocínio que auxilie neste aspecto.

Seu maior objetivo dentro do triathlon não tem o foco no pódio e sim na evolução: “Quero saber até onde eu consigo evoluir, enquanto tiver idade e saúde para progredir cargas de treinamento. Eu prefiro pensar na progressão e no amadurecimento do meu processo como triatleta e não em um objetivo pontual em competição. A competição é apenas um desfecho determinado pelo processo. Se o processo não for prioridade, não se alcança excelência ou evolução na competição”, e como treinador, dá dicas para outros atletas amadores que pretendem crescer no esporte também: “Em conjunto com seu treinador, colocar energia e tempo na organização e amadurecimento do seu processo de treinamento. Usar ao máximo o trabalho do treinador, conversando e moldando o processo. Saber analisar como foi seu início e qual sua realidade no esporte. Conseguir visualizar a progressão ou a ausência dela permite prospectar desafios superiores ou então corrigir comportamentos que podem prejudicar o andamento do treinamento.

BIO
Nome: Bruno da Rocha Berger
Idade: 32
Cidade onde nasceu: Porto Alegre
Cidade onde vive: Porto Alegre
Tempo de triathlon: 5 anos e 3 meses
Altura: 1,83m
Peso: 72 a 73Kg
Roupa de borracha: Mormaii athlon
Óculos de natação: Tyr special ops 2.0
Bike: SOUL TTR1
Capacete: Giro air atraco
Sapatilha: Shimano TR900
Tênis de corrida treino: Nike zoom Pegasus (treinos leves), Mizuno Wave Sonic ou Hitogami (intervalados), Mizuno Wave Shadow (longos)
Tênis de corrida competição: Mizuno Wave Sonic (provas com corridas até 21K) e Mizuno Wave Shadow (volumes acima de 21K)
Óculos de sol: Não utiliza
Equipe/Treinador: ExerScience / “Eu planejo todo o meu processo de treinamento, com o auxílio de alguns “gurus”, mas que não são da área do triathlon”
Patrocínio: Não possui
Apoio: Clínica Suporte Reabilitação Esportiva

Redação

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