Daniel Ruman foi o 2º colocado geral e campeão da categoria 30/34 anos do Ironman 70.3 São Paulo, realizado no último domingo. Ele fez o ótimo tempo de 4:02:18, com parciais de 25:05 na natação, 2:05:44 no ciclismo e 1:26:37 na corrida. Como muitos triatletas do Brasil, sua estreia foi no Troféu Brasil de Triathlon, em Santos, no ano de 2008.

Antes de chegar ao triathlon, Daniel foi nadador e, após o pai comprar uma road bike para uso próprio, ele decidiu utilizá-la também, até que pensou que seria uma boa juntar mais a corrida e ingressar no triathlon.

De sua estreia no Troféu Brasil, e posterior experiência na distância curta, ele hoje entende que lhe foi de grande valia. “Naquela época, o Triathlon amador de curta distância (short e olímpico) tinha muito mais destaque e o nível muito mais competitivo, o que me fez ficar na distância e evoluir para conseguir competir de igual para igual com os melhores da categoria. Acredito que essa permanência me deixou mais preparado para entrar na distância de Ironman 70.3.”

De lá pra cá, além de toda a vivência acumulada nas distâncias mais curtas, Daniel já fez 16 provas de Ironman 70.3 e duas de Ironman, e uma delas teve sabor especial para ele. “Até o ultimo domingo, a prova que mais havia me marcado foi o Ironman 70.3 Maceió de 2017, quando subi no pódio geral pela primeira vez (3º lugar). Aquela prova me marcou bastante por ser uma das primeiras provas que consegui me manter na frente durante todo o percurso, e por ter feito minha primeira parcial de ciclismo acima dos 40km/h de velocidade média”, revela ele.

Para este Ironman 70.3 São Paulo, Daniel focou no ciclismo, pedalando os sete dias da semana e chegando ao pico de volume em outubro, com aproximadamente 1.600 km pedalados ao final do mês, e ele explica a razão: “Como minha corrida ainda é muito aquém dos melhores amadores de Ironman 70.3, a estratégia era fazer um pedal forte para conseguir abrir uma distância suficiente para não perder a colocação.”

Daniel Ruman conta em detalhes como foi sua prova em São Paulo: “Primeiramente gostei da dinâmica de rolling start, pois posiciona os atletas com melhor performance e que se destacam na natação na linha de frente, tirando qualquer vantagem ou desvantagem que existe na diferença dos horários na largada por categorias. Minha estratégia era focar na natação (meu fundamento mais forte) e arriscar no ciclismo, pois sabia que minha corrida era inferior aos demais atletas de ponta. Gostaria de ter largado na primeira bateria e sair da água no primeiro grupo, mas só consegui entrar na segunda. Comecei a natação em um ritmo forte, alcançando o segundo grupo da primeira bateria e nadei junto com eles até o final. O Rafael Brandão impôs um ritmo muito forte e conseguiu abrir uma boa distância desse segundo grupo, saindo bem na frente. Iniciando o ciclismo, estava confiante que conseguiria imprimir um ritmo forte desde o início e manter durante os 90 quilômetros. Estava em terceiro lugar geral até aproximadamente o KM 70, quando mantive o passo e conseguir passar os dois primeiros colocados para entregar a bike nesse primeiro grupo. Logo no início da corrida, comecei com o ritmo que pretendia manter durante todos os 21 quilômetros. Após a metade da meia maratona o ritmo caiu um pouco, reflexo do pedal forte. Enfim, consegui manter a posição e chegar na segunda colocação.”

Para Daniel, a sensação de subir no pódio geral de uma prova como a de São Paulo foi de realização, pois conciliar o trabalho com o esporte não é tarefa fácil. “Realização pelos treinos terem valido a pena e também por dividir o pódio com atletas que sempre admirei e que sempre me inspiraram a andar mais rápido”, conta ele, que reforça o quanto treinou para essa prova. “A ideia é treinar todos os dias as três modalidades. Nem sempre consigo por causa da rotina do trabalho, mas tento sempre que possível me adequar para isso. Estou sempre na correria e calculando os horários de inicio e término dos treinos para que possa estar sempre dentro do horário no escritório. É uma rotina bem desgastante, mas prazerosa. O que facilita a minha logística é que meus locais de treino (ciclovia da Marginal e Pinheiros) ficam a cinco minutos de casa, e trabalho na mesma rua onde moro. O último mês de preparação para o Ironman 70.3 SP foi o mais intenso: foram aproximadamente 80 horas de treino. Hoje em dia eu treino com a equipe de triathlon associativo do Clube Pinheiros, liderada pelo técnico Luiz Gandolfo. Entrar para essa equipe foi o grande diferencial para a minha evolução no triathlon.”

Daniel lembra que estar na equipe do Pinheiros fez toda a diferença. “Somos uma equipe pequena, focada, com atletas de altíssimo nível e comandada por um dos técnicos mais experientes do país. Estar dentro desse ambiente de treino todos os dias foi o grande responsável pelos resultados que tive nos últimos três anos. Esse ano tivemos, por exemplo, em Kona, um campeão mundial e o melhor amador brasileiro na prova; no Mundial de Ironman 70.3, em Nice, também o melhor amador brasileiro; no Ironman 70.3 Maceió, a campeã geral; e neste IM70.3 SP, novamente a campeã geral e eu como 2º colocado geral.”, comemora ele.

Para 2020 Daniel já tem a programação inicial feita, com a participação no Internacional de Santos, Ironman 70.3 Maceió e São Paulo. Ironman Brasil, em Florianópolis é algo que ainda está amadurecendo… “Meu maior objetivo é tentar evoluir sempre e conseguir me manter entre os atletas de ponta do triathlon amador brasileiro”, e para o atleta amador como ele, que quer evoluir, dá o caminho: “Manter a constância nos treinos, mesmo em períodos que não há nenhuma prova por perto. Dessa maneira existirá sempre uma evolução continua que fará diferença ao longo dos anos de prática do esporte.

BIO
Nome: Daniel Ruman
Idade: 31 anos
Cidade onde nasceu: São Paulo
Cidade onde vive: São Paulo
Tempo de triathlon: 16 anos
Altura: 1.77
Peso: 66 kg
Roupa de borracha: Quintana Roo
Óculos de natação: Oakley
Bike: Argon 18 E119 Tri +
Capacete: POC
Sapatilha: Sidi
Tênis de corrida treino: Asics Hyper Speed 7
Tênis de corrida competição: Nike Vaporfly Flyknit
Óculos de sol: Oakley
Equipe: ECP TRI
Patrocínio/Apoio: Nenhum