Marina Jacob foi a 3ª colocada geral e campeã da Categoria 30/34 anos no Ironman 70.3 São Paulo, realizado semana passada pela primeira vez. Triatleta desde 2016, ela tem na corrida seu ponto forte, tanto que no evento, correu a meia maratona em 1:27:54, após ter pedalado os 90km em 2:23:32 e nadado 1.9km em 41:12. No final, o belo tempo de 4:37:42.
Ela conta que pratica esportes desde criança, e fez de tudo, passando pela natação, ballet, jazz, sapateado. Na adolescência entrou numa academia pela estética, mas, aos 22 anos, conheceu a corrida e se apaixonou. Correu um tempo sozinha até fazer sua primeira prova de corrida de rua, aí procurou uma assessoria esportiva. Nos dias que não corria, alternava com natação e musculação. Gostou, foi melhorando e vendo os resultados de um treino bem executado. Começou a conviver com triatletas e ficar apaixonada pelo esporte, vindo a ganhar sua primeira bike no carnaval de 2016 e aí sim, mergulhei de cabeça no triathlon.
Sua primeira prova de foi um Short, no Troféu Brasil, em outubro de 2016. “Tenho as melhores recordações. Fraturei meu braço esquerdo em uma queda de bicicleta dois meses antes e foi uma luta pra recuperar a tempo e largar. Tirei o gesso três semanas antes. Nessa primeira prova tive meu primeiro pódio: 3º lugar geral e 1ª na minha categoria (a corrida me salva desde sempre…)”, relembra Marina.
Daí em diante, fez sete provas de Ironman 70.3, sendo duas delas em Campeonatos Mundiais (África do Sul, em 2018, e França, este ano), e para todas ela tem uma história especial. “Florianópolis ano passado foi minha primeira. Dei 1000% de mim, passei mal a semana toda depois, mas consegui um 4º lugar na categoria, já na minha primeira prova. África do Sul foi decisiva pra eu mudar de assessoria esportiva. Fortaleza foi minha prova com treinador novo, dois meses de treino intenso pra conseguir a vaga pra Nice; uma vaga disponível apenas, não podia errar. Foi também a primeira vez que fui a melhor corrida da prova. Em Maceió, esse ano, foi a primeira vez que larguei ao lado de amigas, curti demais a prova. Mas com certeza as que estão mais especiais foram Nice e São Paulo. Em Nice (foto de abertura), fiz a prova feliz do começo ao fim. Estava com tanta gente querida, tantas amigas, família – além do percurso do jeito que adoro, cheio de subidas e corrida plana – que a felicidade era maior que tudo. Tenho uma recordação deliciosa de lá. São Paulo foi a prova mais dura que já fiz. Mas ter sentido a torcida, largar novamente com amigas e ter visto todo o treino do ano posto em prática foi sensacional”, conta ela.
Para esta prova de São Paulo, em especial, Marina reforça que fez um treinamento um pouco diferente em alguns pontos, com muito trabalho de força específica de pedal e corrida e um ganho considerável de peso, que estava previsto e planejado. Com isto ficou mais forte e o resultado pôde comprovar na competição, como ela detalha: “A prova foi difícil do começo ao fim. Sou conhecida por fazer uma má natação, então a minha prova começa na bike. Nessa, em especial, saí muito atrás da água, tanto pelo tempo alto normal que costumo nadar, quanto pelo sistema rolling start, pois larguei na minha faixa de tempo, cerca de 10 minutos a mais do que as meninas que costumo competir. Ou seja, comecei minha prova na bike muito longe de todas. Pedalei os 90km sem referência nenhuma e sozinha. Fiz toda a força que podia para tentar compensar o prejuízo da natação e pedalei com o coração na boca. Não lembro de ter sorrido nenhum momento. Arrisquei e não sabia se conseguiria correr ou em que posição estava até colocar os pés no chão. A corrida também foi arriscada, saí mais forte que o planejado e mantive o pace pretendido apenas após o km 14. A sensação era de estar ‘quebrada’, mesmo o corpo respondendo. Enfim, um dia que nada encaixou, mas tudo deu certo.”
Para ter este resultado, Marina leva um dia a dia bem complicado. “É uma rotina doida! Tenho uma empresa de Marketing, que tem o ônus de ter horário flexível e o bônus de ter horário flexível… Ou seja, sem hora pra entrar, sem hora pra sair. Todos os dias à noite desfaço as malas de treino do dia e arrumo todas as minhas refeições do dia seguinte. Nos dias de pedal, que é no rolo, costuma ser mais tranquilo, mas também é um dia que começa muito cedo. Porém, os dias de corrida e natação são os que exigem mais jogo de cintura. É sair cedo, correr na academia, café da manhã no carro, trabalho, natação no almoço, almoço no carro e trabalho.
Procuro estar já trabalhando às 9h, portanto, acordo às 5h”, revela ela.
Para o ano que vem a rotina de correria continua, pois Marina já está inscrita para o Mundial de IM70.3 da Nova Zelândia e pensa também em estrear num Ironman “full”. Pretende abrir a temporada no Triathlon Internacional de Santos e deseja fazer o Ironman 70.3 São Paulo novamente, já que achou incrível competir com tantos amigos e com torcida perto, e planeja: “Já em termos de conquistas no futuro, classificar para Kona com certeza é a maior delas. Mas tem um outro objetivo que me norteia em todas as provas: cruzar a linha de chegada sabendo que fui capaz de colocar em prática todo o meu treino, que realizei o que eu queria, independente de colocação, pois muitas vezes eu posso realizar o proposto e ter pessoas melhores e mais fortes, também realizando o proposto por elas e isso respeito muito.”
BIO
Nome: Marina Jacob
Idade: 33 anos
Cidade onde nasceu: Votorantim
Cidade onde vive: Sorocaba
Tempo de triathlon: 3 anos e meio
Altura: 1.61m
Peso: 55,5kg
Roupa de borracha: Orca com manga (mas atualmente tem usado emprestada uma XTerra sem manga)
Óculos de natação: ROKA
Bike: Specialized Shiv 2020
Capacete: Specialized S-Works Evade
Sapatilha: Sid
Tênis de corrida treino: ON e Under Armour
Tênis de corrida competição: ON e Under Armour
Óculos de sol: Oakley
Equipe/Treinador: Spadotto
Patrocínio/Apoio: Grupo Abrão Reze, Eurocycle Bike Shop e Nutristore Sorocaba, mais apoio e acompanhamento dos profissionais Dra. Amanda Sampaio e Vinicius Hartkoff