Um grupo de pesquisadores de Harvard analisou os principais marcadores metabólicos sanguíneos na maratona de Boston
Por Gustavo Monnerat
Será que o metabolismo de bons corredores guarda segredos? Fica até difícil de imaginar como alguém consegue correr 42 km em menos três horas, certo?
Para entender essa capacidade fantástica, um grupo de pesquisadores de Harvard analisou os principais marcadores metabólicos sanguíneos na maratona de Boston, avaliando os que chegam bem colocados e os que terminavam após um período mais longo.
Muitos acreditam que o metabolismo funciona como o motor de um carro, e que o carboidrato é o combustível exclusivo para realizar atividades aeróbicas. Na realidade, estudos como esse nos mostram que existem diversos outros fatores e a flexibilidade metabólica é um dos principais segredos. Dentre eles, o uso de gordura, produção e uso de corpos cetônicos, aminoácidos, agentes antixoxidantes e marcadores de dano tecidual são peças fundamentais desse quebra cabeça.
Agora, visualizar como isso pode ser colocado na prática ainda é um desafio. Acredito que o caminho seja através de exames de sangue mais completos e precisos, para entender as características de cada pessoa. Associar as informações dos exames com a experimentação, usando diferentes estratégias de treinamento e nutricionais ao longo do tempo e avaliar como isso impactará no desempenho. Seria esse o caminho?
Gustavo Monnerat é PhD em Fisiologia UFRJ/Bonn Universität. @gustavomonneratphd