Água e Lama – dicas e cuidados
No mountain bike, além do treinamento físico, devemos focar também na parte técnica. Isto porque em diversas situações estas duas valências serão exigidas e aqui, nestas condições, água e lama, é isto que acontece. Ao encarar uma subida com água e lama o atleta tem que estar atento na subida como um todo, analisando o melhor trajeto a percorrer e ir “sentindo” qual a melhor relação (marcha) a cada momento. Se a subida se mantiver na mesma inclinação e com o mesmo terreno, procure encontrar o quanto antes a marcha ideal e fique sentado ao selim, com um giro alto e constante, parte superior do corpo relaxada (evite deixar a musculatura que não estão sendo exigida diretamente no momento tensa, desta forma irá economizar energia) e se concentre para não perder o equilíbrio, pois a bike tende a patinar nestas condições de terreno e qualquer descuido é “tombo” certo.
O lado psicológico é muito exigido em situações extremas e interfere diretamente no desempenho. Manter pensamentos positivos acreditando que você é capaz de transpor este obstáculo, além da ativação neural, irá te deixar mais calmo, mais concentrado e mais determinado no seu objetivo que é, momentaneamente, passar por esta subida.
Quem sobe – desce. Cuidados
Quando terminar a subida não ache que tudo acabou, mantenha a concentração, pois agora vamos descer. Vejo muitos atletas gastarem tanta energia para subir que quando chegam ao topo praticamente param a bike e perdem o foco no restante do percurso. Além de perder tempo por não conseguirem manter um ritmo constante, correm um grande risco de cair por não estarem atentos ao descer. Engana-se quem acha que na descida não se gasta energia. Gastar menos energia é uma das diferenças dos atletas de elite para os amadores. Tanto subindo quanto descendo, o atleta experiente consegue manter grande parte da sua musculatura relaxada e por se manter calmo, sua frequência cardíaca fica mais baixa e consequentemente menos gasto energético terá.
Ao descer mantenha o foco não muito próximo ao pneu, olhe mais à frente para conseguir analisar qual o melhor caminho a seguir e antecipe qualquer movimento que precise ser feito. Quanto mais íngreme for a descida, mais atrás do selim você deve manter seu corpo posicionado. Lembrando que quanto mais atrás, menos dirigibilidade e, consequentemente, menor o controle da bike. Se a descida tiver um caminho reto como melhor trajetória, opte por não apertar tanto nos freios, pois quando não se tem um bom domínio dos freios a bike tende a derrapar e mudar a rota. Caso não tenha confiança, ou melhor, uma boa técnica de descida, tente nos treinos ir encontrando o toque ideal na manete, segurando um pouco mais o freio traseiro, soltando quando a roda começar a derrapar lateralmente ao mesmo tempo que faz leves toques no freio dianteiro para controlar a velocidade.
Cid Barbosa é triatleta e treinador da CB Sports
cfbarbosa15@hotmail.com