TENDINOPATIA NO ESPORTE

TUDO QUE O TRIATLETA DEVE SABER PARA
NÃO SE LESIONAR

“As Tendinopatias tem um bom prognóstico e não são graves, mas
apresentam grande impacto na qualidade de vida dos atletas…"
Esta condição clínica está entre as alterações musculoesqueléticas mais
comuns dentre as atividades físicas. Provavelmente, durante determinados períodos
de treinos ou ciclo de prova alguns atletas podem ter desenvolvido Tendinopatia.
Mas e agora porque Tendinopatia e não Tendinite?
A Tendinite refere-se a um processo inflamatório, que dura no máximo 48
horas. Já o termo Tendinopatia, é utilizado para descrever ou caracterizar um
espectro de alterações que ocorrem nos tendões, como alterações por fatores
extrínsecos e intrínsecos.

Os fatores de risco estão são associados pelas:
– Alterações na amplitude movimento e força muscular;
– Excesso abusivo na carga de treino;
– Biomecânica individualizada;
– Idade, IMC, alterações metabólicas (alterações no Colesterol e Diabetes);
– Uso de Corticoides;
– Tabagistas;

A Tendinopatia não melhora a longo prazo com o repouso. A dor pode se
estabilizar a curto prazo, mas o retorno a  atividade agravante anteriormente
costuma ser doloroso novamente, visto que o descanso não faz nada para aumentar
a tolerância de carga do tendão. Existem controvérsas sobre o momento em que
devemos solicitar a suspensão temporária da prática esportiva, principalmente
quando devemos solicitar a suspensão.

Os atletas normalmente não irão parar suas atividades no início da DOR, pois
o sistema ainda não é INCAPACITANTE. Provavelmente, antes de apresentar
sintoma o TENDÃO já pode estar sofrendo alterações. Observem no gráfico:

No gráfico apresentado, a linha azul simboliza o período de treinamento com

carga abusiva. Neste período, o tendão apresenta degeneração tecidual, mas
encontra-se em estado silencioso. Os atletas normalmente não irão parar suas
atividades no início da dor, pois o sintoma ainda não é incapacitante.
Provavelmente, antes de apresentar sintoma o tendão já pode estar lesionado.
A linha pontilhada vermelha representa o ápice da dor. Neste período, o
atleta necessita interromper suas atividades. Durante essa fase, o tratamento é
iniciado e o atleta apresenta melhora. Mas devemos ter cautela para não retomar o
atleta em suas atividades sem a recuperação completa. O retorno ao esporte deverá
ser calculado, se houver erros ao retorno, poderá trazer danos irrecuperáveis.
Não se reabilita tendinopatia com repouso. O exercício é o tratamento com
maior evidência científica para as tendinopatias. Os tendões precisam receber
cargas progressivamente para que possam desenvolver maior tolerância às cargas
que um indivíduo precisa para suas atividades no dia a dia e na prática esportiva.

A modificação da carga é importante na resolução da dor no tendão. Os

tendões precisam ser carregados progressivamente para que possam desenvolver
maior tolerância a  carga ao longo do tempo. Carregue progressivamente o tendão
com base na irritabilidade dos sintomas (resposta a  carga) e resolva quaisquer
problemas biomecânicos que possam estar sobrecarregando o tendão de maneira
não ideal.

⁃ Dor 0-3 / 10: ZONA SEGURA. OK para continuar a progressão.
⁃ Dor 4-5 / 10: ACEITÁVEL. OK para continuar, mas tenha cuidado para não
passar muito disso.
⁃ Dor 6-10 / 10: PARADA. Reduza a carga.

A resposta do tendão à carga leva tempo, considere a reação de curto e de
longo prazo à carga. ⠀Após exercícios pesados, a perda líquida de produção de
colágeno é reduzida por 24 a 36 horas após cargas muito pesadas.

O comportamento doloroso de 24 horas após o exercício parece ser mais crítico do
que a dor durante o exercício. A dor estável é boa, mas se houver dor aumentada
ou EMS – Early Morning Stiffness (rigidez matinal) por um dia depois, diminua a
carga na próxima vez que se exercitar.

Contudo, todo este manejo de carga para tratar Tendinopatias deve ser
conduzido com seu Fisioterapeuta e Treinador, uma vez que, este trabalho contribui
na tomada de decisão para retornar os atletas a sua prática esportiva. É claro que
esse artigo não é a única variável a ser analisada quando se fala em Retorno ao
Esporte após uma lesão tendínea, mas contribui no raciocínio.

José Rubens Zambelli, Fisioterapeuta Instituto Biomech.
Adaptação:Rodrigo Oliveira
@zerubenszambelli.fisio / zambellirubens83@gmail.com

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