A importância de identificar o que se deve ou não suplementar

Por Julia Engel

Talvez você esteja tomando o que não precisa e tem medo de tomar o que poderia. Parece contraditório, né? E é! Na minha prática do dia a dia observo muito essa situação. Atenção! Não é uma crítica, é só uma observação.

O caso muito frequente é assim: praticantes de atividade física que não querem suplementar nada, preferem uma linha bem natural. Tudo certo! Acredito que nós (profissionais) devemos respeitar a linha do paciente e adequar o melhor programa nutricional em cima das escolhas e preferências de cada indivíduo. Não estamos aqui pra impor nada, mas sim adequar a alimentação de cada um para alcançar um objetivo. Não acredito que haja “um caminho único”, mas sim varias formas de chegar a um patamar de evolução. Dito isso, voltamos ao paciente que quer uma linha natural.

Muitos não querem nenhum suplemento, mas, conversando, percebo que a grande maioria usa inúmeras cápsulas de vitaminas e minerais. Acho controverso! Pois são exatamente esses (suplementos) os que conseguimos atingir tudo via alimentação! Se você tem uma alimentação equilibrada, come legumes, verduras e frutas. Dificilmente terá carência de alguma vitamina ou mineral, pois facilmente atingimos a quantidade ideal nos alimentando bem ao longo do dia. (Em casos mais raros, onde alguma carência é detectada no exame de sangue, a suplementação pontual deve ser feita).

Agora, alguns suplementos que realmente poderiam fazer efeito se bem colocados, pontualmente, numa estratégia alimentar deixam de ser usados “para não sobrecarregar“. Entenda, não acho que todos tenham que suplementar; jamais! Só estou querendo dizer que as pessoas usam (muito) suplemento que não precisam e não usariam, pontualmente, algum que realmente faria uma diferença se bem colocado (por exemplo: creatina, beta alanina, cafeína). Suplementos esses que não conseguiríamos uma saturação somente via alimentação. Deixo a reflexão…

Julia Engel é nutricionista. @juliacengel